Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
UM quer aproveitar recursos marinhos para fins medicinais
Chama-se NOVOMAR e quer aproveitar organismos marinhos para a criação de produtos medicinais. A ideia foi esta tarde apresentada no Avepark, em Guimarães. Trata-se de um projecto colaborativo, entre 15 instituições, constituídas por equipas multidisciplinares.
Aos jornalistas, Rui Reis, director do grupo de investigação e vice-reitor da Universidade do Minho, explicou como funciona o NOVOMAR. “Nunca ninguém imaginou aplicações médicas, a partir de esponjas marinhas, de espinhas de lulas, de medusas, de espinhas de bacalhau, de pele de bacalhau, de carcaças de caranguejos ou de lagostas. E vocês podem dizer que escolhemos as coisas mais engraçadas que todos comemos. Mas não. Nós estamos a utilizar recursos que têm valor acrescentado quase zero, que são lixo, para fazer coisas de altíssimo valor acrescentado que podem ser usadas na indústria famacêutica, etc.”
Portugal é líder neste tipo de investigação, não só pelos recursos disponíveis, mas também pela qualidade da investigação, de acordo com Rui Reis. Um projecto que ainda está nos seus inícios e poderá demorar várias décadas a desenvolver-se, de acordo com o investigador. “Demora muito tempo. Na medicina, raras vezes algo demorou menos do que 35 a 40 anos a desenvolver-se. Mesmo que tudo já funcionasse num laboratório – e em grande parte dos casos funciona – depois, há 10 anos de desenvolvimento em que é preciso investimento privado, certificação, etc. Não há nada de novo nisto. É a situação normal”, assegura.
Ainda assim, o NOVOMAR já desenvolveu uma parceria com a Clínica do Estádio do Dragão, que pode ser o primeiro passo para testar a funcionalidade dos produtos. “É um centro FIFA de excelência. Estamos a usar materiais de origem marinha para ajudar atletas de alta competição. Se calhar eles estão mais disponíveis para começar a tentar coisas que não precisam de estar aprovadas, desde que sejam seguras”.
Para já, a nível nacional, tem sido difícil a obtenção de financiamento, admitiu Rui Reis. “Temos uma escala muito pequenina. Por mais que façamos, o capital de risco é muito diminuído porque há muito pouca diversidade e há muito poucas empresas por cá. A aversão ao risco na actual situação económica portuguesa é o que é. Para termos financiamento, temos que fazer alguma coisa já primeiro, para depois sermos elegíveis”.