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TUB projectou futura rede de transporte público de S. Tomé
S. Tomé e Príncipe vai adoptar uma rede de transporte público com a ajuda da empresa municipal Transportes Urbanos de Braga (TUB). A autarquia de Água Grande escolheu a empresa bracarense para aconselhar a implementação da rede, depois de três tentativas falhadas. Aquela capital de distrito já teve três diferentes redes de transporte público, mas as três acabaram por falir.
A empresa municipal bracarense entregou esta manhã, em Braga, ao presidente da câmara de Água Grande, o dossier efectuado no terreno com a colaboração de vários técnicos e engenheiros de diferentes empresas bracarenses.
O estudo técnico foi realizado de forma graciosa, mas a empresa municipal bracarense vai ficar responsável pela auditoria à implementação da rede de transporte em S. Tomé e Príncipe.
Segundo Teotónio Santos, administrador da TUB, a implementação da rede vai surgir, “primeiro no distrito capital de S. Tomé e Príncipe (Água Grande), e depois as ligações interurbanas aos outros distritos”. A TUB “criou um projecto de A a Z”, definiu tarifários, viaturas, os sistemas de bilhete, sistemas de ajuda à exploração, sistema de monitorização e GPS, o Parque de Materiais e Oficinas, o modelo de gestão que vai ser adoptado, o plano de negócios e o estudo de viabilidade económica.
Agora, o projecto pode nascer de uma empresa pública, de uma empresa privada ou de uma concessão. Nesta matéria, a TUB sugere o lançamento de um concurso público internacional.
De acordo com o administrador da TUB, o próprio investimento para a implementação do projecto também foi aconselhado. “No máximo dos máximos o investimento pode ir até 20 milhões de dólares”. Ainda assim, segundo Teotónio Santos, a sugestão é que se comprem algumas viaturas com cinco anos, outras com dez anos e outras novas, para que, posteriormente, “o período de substituição não seja feito todo ao mesmo tempo”.
S. Tomé e Príncipe já adoptou três vezes sistemas de transportes que faliram consecutivamente.
Agora, Teotónio Santos realça o impacto que a rede terá no dia-a-dia daqueles habitantes. A principal preocupação do Governo de S. Tomé é “garantir as ligações às escolas e aos empregos”, isto porque muitos alunos se deslocam diariamente a pé, “percorrendo quilómetros de manhã e no final do dia”. Só o Liceu Nacional, no centro de S. Tomé, tem oito mil alunos, em três turnos, e todos se deslocam a pé. Outra das preocupações é reduzir o número de acidentes e atropelamentos.
Presente em Braga para receber nas mãos o estudo realizado pela TUB esteve o presidente da câmara distrital de Água Grande (capital de S. Tomé e Príncipe). Satisfeito com o plano inicial sugerido, Ekeneide Lima dos Santos acredita que até ao final de 2016 o sistema seja implementado. “Queremos avançar ainda este ano, este é um projecto contínuo. Vamos continuar a trabalhar para que o ano de 2016 seja ainda o ano de implementação deste projecto”, explicou o autarca.
Já o presidente do município bracarense, Ricardo Rio, está convicto de que este projecto para a implementação de transportes públicos em S. Tomé e Príncipe pode “abrir a janela de oportunidade para a colaboração de várias empresas bracarenses na implementação”. O autarca está ainda convicto que esta forma de colaboração se possa “estreitar e alargar para outros municípios a nível internacional”.
Segundo Teotónio Santos, “há cerca de 15 dias o presidente da câmara de Bissau esteve com Ricardo Rio e falou das suas lacunas ao nível dos transportes e o presidente da câmara de Braga encaminhou-o para os TUB” que fizeram “um resumo” daquilo que estava a ser feito em S. Tomé e que acabou por captar o interesse” do responsável de Bissau.
A rede de tranportes públicos de S. Tomé terá o comprimento acumulado de 256 quilómetros. Vai cobrir todas as escolas, e aqueles que trabalham em mercados em vários pontos da ilha. No estudo, a TUB apresenta nove linhas urbanas e uma linha interurbana. Nos primeiros três anos, a frota será composta por 27 viaturas ao serviço.
Para a elaboração do projecto hoje entregue a Ekeneide Lima dos Santos colaboraram ainda a Associação Industrial do Minho, Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Casais, Astrolábio, Wishbox, O Feliz, Primavera, CETRUS e Oficina de Gestão.