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Sociedade pode não estar preparada para a nova revolução industrial
A sociedade pode não estar preparada para a nova revolução industrial que tem na sua base a Inteligência Artificial (IA). Esta foi a conclusão do evento “Encontro Fora da Caixa”, organizado pela Caixa Geral de Depósitos, no Espaço Vita em Braga.
A mesa redonda sobre “a próxima revolução industrial” contou com a participação de Carlos Oliveira, empreendedor, Board Member & Senior Advisor, José Machado, professor da Universidade do Minho, José Mário Fernandes, administrador executivo Grupo Casais, Teresa Martins, presidente do Conselho de Administração do Grupo Enermeter e Madalena Talone , administradora executiva da Caixa Geral de Depósitos.
“A Europa tem cérebros adequados, mas não tem a capacidade de criar o valor económico através deles para que possa competir com uma Google ou Microsoft. Não estamos nesse campeonato”, Carlos Oliveira.
Para Carlos Oliveira o mundo não deve ter receio que a Inteligência Artificial vá retirar empregos, pois na história todas as revoluções acabaram com alguns postos de trabalho e criaram outros mais qualificados. “Há 200 anos, 90% dos trabalhadores americanos dedicavam-se à agricultura. Hoje são apenas 4,5%. A grande diferença é a velocidade a que isto está a acontecer nos dias de hoje”, alerta.
O palestrante frisa que a Europa não pode ficar para trás no que toca à inovação quer no privado quer no setor público. “Há um conjunto de oportunidades hoje de aumento de produtividade e de eficiência das empresas ou da administração pública. O que é que é preciso fazer é entender o que é que são os problemas e como é que a tecnologia pode ajudar a essa melhoria. Já agora, isto não é comprar um pacote de software”, refere.
“Portugal precisa de trabalhar mais em cluster. Não podemos ser bons em várias coisas, somos demasiado pequenos”, Teresa Martins.
Mais formação, menos receio das novas tecnologias e idealizar modelos de negócio escaláveis. Estes são os caminhos traçados por Teresa Martins, presidente do Conselho de Administração do Grupo Enermeter, que defende que Portugal necessita de ser mais ágil.
Quanto ao receio de que a máquina possa dominar o homem, Teresa Martins garante que a IA é uma mais valia, no sentido por exemplo de melhor a gestão do tempo dos profissionais. O Hospital de Braga já utiliza IA para auxílio na análise de exames, sendo que será sempre o profissional de saúde a tomar decisões.
Indústria verde pode ser oportunidade para a Europa.
Para José Mário Fernandes, administrador executivo do Grupo Casais, a Europa não pode perder a oportunidade de liderar a inovação na indústria verde.
O palestrante considera que a Europa não é “tão ágil como é a China, os Estados Unidos da América ou a Rússia que se quer afirmar tecnologicamente. Há um caminho que eu sugeria, que eu acho que a Europa poderia usar para criar uma nova economia industrial, que é o caminho da sustentabilidade. É enorme a quantidade de oportunidades que se geram à volta deste tema da sustentabilidade”, realça.
José Mário Fernandes aponta o caminho” na agricultura”, mas também no setor da construção. “Não podemos fazer aquilo que fizemos no passado que é desenvolver o conhecimento, através do conhecimento desenvolver os produtos, e depois não vendemos os produtos e damos o conhecimento. A China aproveita tudo, é evidente”, afirma.
“Tantas restrições em relação aos dados pode ser um tiro no pé”, José Machado.
Do lado da academia, José Machado, docente na Universidade do Minho, acredita que a regulamentação em excesso poderá ser um erro para o futuro da europa.
“As universidades vão ter, naturalmente, um grande desafio no futuro para criar, não novas profissões, mas novas competências. As pessoas não vão exercer profissões, mas vão exercer competências ao longo da sua vida”, defende.
Por outro lado, Madalena Talone, administradora Executiva da Caixa Geral de Depósitos, defende que toda a regulação existente na Europa é necessário, de modo a garantir ética mesmo quando se fala em IA.
“A regulação que a Europa fez aplica-se à tecnologia usada na Europa, não é à tecnologia desenvolvida na Europa. E, portanto, também é uma maneira de garantir, mal ou bem, do ponto de vista da ordem mundial, são cumpridos alguns princípios éticos e de responsabilidade, que para nós, enquanto cidadãos europeus, são importantes”, declara.