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“Satisfeita” pelo prémio, vencedora do Victor de Sá lembra “dificuldades” causadas pela pandemia

Sem bolsa de investigação, com uma pandemia pelo meio e entre Portugal e o Brasil. Foi neste cenário que nasceu o trabalho vencedor do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2021, atribuído pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho.

Além do doutoramento, pela Universidade de São Paulo, a tese ‘Os sentidos da emigração portuguesa: discursos, diplomas e políticas entre Portugal e Brasil (1835-1914)’ valeu o galardão a Marina Simões Galvanese. Entrevistada pela RUM, a investigadora brasileira mostra-se “satisfeita pelo reconhecimento de anos de trabalho”, depois de ter enfrentado “uma série de desafios”.

“O doutoramento era para ser de quatro anos, mas, devido à pandemia, passaram a ser cinco. Escrever durante a pandemia dificultou [a sua execução] do ponto de vista emocional e da própria escrita porque as bibliotecas ficaram fechadas durante muito tempo”, refere, acrescentando que o facto de não possuir bolsa fez com que tivesse de “andar constantemente entre Portugal e o Brasil”.

Para explorar o fluxo migratório entre os dois países, registado na segunda metade do século XIX e no início do século XX, Marina Simões Galvanese reuniu centenas de documentos, provenientes de três fontes principais: Arquivo Histórico Diplomático, da responsabilidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Arquivo Histórico Parlamentar e informações relativas ao Ministério do Reino, disponíveis na Torre do Tombo.

A autora explica que “a legislação portuguesa de emigração” serviu como “fio condutor” para a pesquisa, salientando o objetivo de “compreender melhor o que levou os gabinetes políticos a aprovarem ou não determinadas leis”. Apesar da ideia inicial ser acompanhar o percurso até ao Estado Novo, o foco da investigação centrou-se na Monarquia Constitucional, período no qual houve “um aumento da emigração para o Brasil”.

A forma como se lidou com o fim da escravatura no Brasil, oficializada em 1888, a nível legal, foi uma das conclusões mais surpreendentes para Marina Simões Galvanese. “Muita da discussão centrava-se na integração de portugueses no Brasil quando o tráfico de escravos estava a ser ameaçado. O país era fortemente dependente da mão de obra escravizada. Quando esse tráfico é interrompido, gera uma série de problemas. A emigração tem de ser pensada nesse contexto”, conta.

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