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Regeneração da medula-espinal com bons resultados na UMinho
Uma equipa da Universidade do Minho desenvolveu uma estratégia para regenerar lesões vertebro-medulares.
A experiência está a acontecer com ratos de laboratório e o estudo teve parceria das universidades de Toronto, no Canadá e Tulane, nos Estados Unidos da América. Para além da regeneração e reversão das limitações motoras, estes animais obtiveram melhorias no processo de cicatrização, no tratamento da inflamação e no crescimento de novos axónios, responsáveis pela condução dos impulsos nervosos.
Nuno Silva, um dos investigadores envolvidos, explica-nos que o processo de estudo “tenta a recuperação funcional de ratos que têm lesões na medula-espinal”. “A informação que vem do cérebro para produzirmos resposta motora está interrompida pela nossa medula e o que queremos é recuperar, em termos funcionais, essa função que tinha anteriormente”, explicou o investigador que assumiu que este processo poderá ser aplicado a “paraplégicos e tetraplégicos que não tenham alguma função motora”.
Investigação ainda está longe da aplicação em clínicas
Nuno Silva garante que são necessários alguns anos para que esta investigação e seus resultados possam chegar às clínicas. Para já, “a ideia é passar para modelos animais de grande porte para se conseguir juntar informação e para haver confiança para se avançar para ensaios clínicos. Só depois se vai avaliar se se pode aplicar em pacientes”, resumiu.
Outro dos investigadores, António Salgado, salientou que se pretende “induzir a regeneração para que as ligações nervosas que são destruídas possam ter um ganho de função nas pessoas que são afectadas”.
Lesões vertebro-medulares ainda sem solução
Este é um problema que revela alguma complexidade até porque “as lesões vertebro-medulares ainda não têm solução”.
“Nos últimos 50 anos tivemos avanços ao nível dos cuidados paliativos, mas não existe nenhuma estratégia ou tratamento que possa reverter alguns dados que possam acontecer durante a lesão”, sublinhou o investigador.
“A nossa motivação é desenvolver estratégias de laboratório que permitam melhorar a qualidade de vida de pessoas que acabaram por sofrer estas lesões”, disse António Salgado.
Processo ao pormenor:
Esta estratégia consiste na transplantação de dois tipos de células (células estaminais do tecido adiposo e células gliais do bolbo olfativo), que são encapsuladas num hidrogel biodegradável. Este último protege as células no processo de transplantação, permitindo em simultâneo estabelecer novas estruturas nervosas, cujo crescimento é induzido pelas duas populações celulares utilizadas.
O trabalho, foi financiado pelo Prémio Santa Casa Neurociências – Melo e Castro, atribuído pela Misericórdia de Lisboa.
António Salgado, Nuno Silva, Eduardo Gomes, Rita Silva e Rui Lima, ligados ao Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde e à Escola de Medicina da UMinho, são os nomes dos investigadores envolvidos neste estudo.