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PS aprova, mas lança suspeita sobre liquidação da SGEB
O PS votou favoravelmente a proposta da Câmara Municipal de Braga de liquidação da SGEB, mas levantou uma questão no que respeita ao privado ABB que é também accionista privado na Agere.
Ontem ao início da noite e no final da reunião de Câmara em declarações aos jornalistas, o vereador Hugo Pires disse ter “muitas dúvidas” em relação a esta proposta, apresentando como possibilidade, uma ligação ao futuro contrato delegado da Agere, empresa municipal em que a ABB é também accionista privada.
A questão do socialista não foi levantada no decorrer da reunião de câmara, mas no fim disse à RUM e Diário do Minho que “há privados que investiram e que têm como perspectiva ao lucro e ficamos admirados que haja por exemplo um privado que não quer ganhar nada com esta negociação. É evidente que falta saber se não ganhará nada noutras instituições, noutras empresas e noutras empresas do universo municipal. Falo, nomeadamente, do contrato de gestão delegada da Agere. Queremos ver se isto tem alguma ligação porque o privado que tem mais capital investido nesta parceria é o mesmo privado que tem a maior parte do capital privado na Agere”, sublinhou.
Ainda assim os vereadores socialistas votaram favoravelmente, justificando que na altura da gestão socialista, criação da SGEB “era a única solução”. O líder dos vereadores socialistas explicou que “com as taxas de juro muito mais baixas e uma capacidade de endividamento mais alta da câmara é possível ir buscar a parte dos privados”. Pires disse ainda que “tudo o que represente poupança o PS concorda” e acha até que “já é tarde” porque “era uma solução que já estava a ser estudada no anterior mandato”.
Vereador da CDU considera que a CMB seguiu o caminho mais fácil
Carlos Almeida absteve-se na proposta para antecipar distribuição de resultados e considera que a mesma não vai passar na Assembleia Geral da SGEB agendada para esta quarta-feira. O vereador da CDU recordou que pelo menos uma das partes disse que não abdicaria de 10% da eventual poupança, cerca de 8 milhões de euros”. Ententendo que a câmara “propõe aquilo que é a defesa dos seus interesses, e bem”. Ainda assim, a Carlos Almeida “não parece razoável que alguém que tem uma garantia de rendas anuais na ordem dos seis milhões de euros vá abdicar de todos os benefícios ao longo de tantos anos”.
O vereador da CDU admite que o partido faria diferente se estivesse no poder: colocava em cima da mesa esta matéria no plano jurídico, percebendo qual seria a que representava o mínimo de prejuízo para o município até porque esta opção de Ricardo Rio “é tudo menos segura” uma vez que se está a decidir uma matéria que “não está nas mãos da câmara” mas sim “nas mãos dos privados”.
Já sobre a questão levantada pelos socialistas em declarações aos jornalistas, o vereador da CDU, o vereador da CDU considera que se trata de “uma suspeita de extrema gravidade” considerando que o PS “alguma coisa deve saber ou fundamentar”. Carlos Almeida assegura não ter nenhuma informação que mereça fazer esse tipo de comentário e recorda que é preciso que todos tenham noção que “não estamos a falar de assuntos pouco sérios, pelo contrário”.
Ricardo Rio afirma que esta é a última possibilidade
Por fim, o presidente da Câmara Municipal de Braga voltou a criticar a opção antiga tomada pela gestão socialista. “Houve um consenso unânime quanto à necessidade de extinguir a SGEB e de promover esta poupança significativa (80 milhões de euros) e ultrapassar esta página menos feliz do ponto de vista da gestão municipal”.
Ricardo Rio assegura que “esta é a última possibilidade” e que não existiram conversações com os privados sobre a proposta que amanhã será apresentada em Assembleia Geral da SGEB.
A proposta de liquidação da SGEB, que vai ser apresentada na Assembleia Geral de dia 30, foi aprovada com os votos favoráveis da coligação e do PS e a abstenção da CDU.