Pousada (re)nasce em 2017 com o dobro da capacidade

Braga vai ter uma Pousada da Juventude requalificada e com o dobro da capacidade no início de 2017.

A novidade foi esta segunda-feira transmitida pelo presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, que viu aprovado, em sede de executivo municipal, – com abstenção dos vereadores da CDU e PS e votos a favor da maioria – um acordo entre Câmara Municipal, Invest Braga, Instituto Português do Desporto e Juventude e MoviJovem.

Ricardo Rio, em conversa com os jornalistas, evidenciou a necessidade do município em explorar este espaço situado na Rua de Santa Margarida porque “era uma solução compatível com os interesses da Câmara”. “Era de interesse manter o equipamento na rede nacional de Pousadas da Juventude, proceder à respectiva recuperação que irá rondar, de acordo com o projecto elaborado, os 800 mil euros e, a partir daí, assumir a gestão do equipamento”, assume o edil.

Este é um equipamento onde “a Câmara Municipal espera garantir a recuperação do investimento no período de vigência do acordo, ou seja, os 40 anos” até porque o projecto “vai passar por uma requalificação praticamente total do seu espaço”, sublinha Ricardo Rio. O edil avança ainda que a Pousada “irá passar para o dobro da sua capacidade – passa de 60 para 100 camas – e com uma versatilidade e qualidade que irá atrair e fixar jovens para a cidade nos próximos anos”.

Proposta não satisfaz oposição

Esta foi uma proposta que não satisfez os vereadores do PS e PCP no executivo municipal. Apesar de ambos concordarem com a criação de um espaço “digno” para albergar os jovens que visitam a cidade, tanto Hugo Pires (PS) como Carlos Almeida (PCP) levantaram dúvidas sobre a forma como será resolvida a questão. Do lado do PS, o sentimento de que se está a fazer algo insuficiente, uma vez que “aquele não era o sítio indicado”. “O que aqui está a acontecer é que nós vamos ‘fazer filhos na mãe dos outros'”, classifica o vereador municipal que sustenta que “a Câmara tem património no centro histórico que poderia e deveria reabilitar”.

Hugo Pires sugeriu, inclusive, outra localização para a Pousada, dando seguimento à linha defendida de “aproveitamento de edifícios municipais”: “Existem dois edifícios adquiridos, no nosso tempo, junto ao Arco da Porta Nova e não há, para já, qualquer programa e objectivo de ocupação dos mesmos. Poderíamos fazer ali um albergue da juventude em vez de fazer obras num edifício que não é nosso e que daqui a 40 anos volta para o Estado”. Hugo Pires diz mesmo que “ao fazer obras que se faça naquilo que é nosso”.

PCP acredita que só a MoviJovem ganha com este acordo

Também Carlos Almeida, vereador da CDU, critica a opção municipal e considera “não ser um bom negócio”. Almeida deixa críticas à MoviJovem, acusando-a de “não investir nem sair de cima”. O vereador do PCP explica que a MoviJovem “não investe porque até propôs o encerramento da Pousada nos meses de Inverno, deixa degradar o edifício e não cria política de investimento para valorizar o activo e, por outro lado, não sai de cima ao transferir as competências para a Câmara, nomeadamente a gestão e exploração, a realização das obras, a manutenção e funcionamento, o pagamento de uma renda anual e dos ordenados dos funcionários. Qual o papel da MoviJovem neste processo?”, questiona Carlos Almeida.

Sabe-se que a Câmara irá pagar uma renda anual de cerca de 900 euros à MoviJovem. A InvestBraga irá ainda pagar uma renda mensal à estrutura juvenil em função dos resultados obtidos.

Recorde-se que, ainda este ano, foi noticiado na RUM que “A antiga escola EB 2, 3 Dr.Francisco Sanches pode vir a albergar a Junta de Freguesia de S. Victor, o Centro Cívico, um viveiro de associações e a nova Pousada da Juventude de Braga”. Palavras admitidas por Ricardo Rio e que respondiam a um repto da própria Junta de Freguesia.
Também no programa Campus Verbal da RUM (emitido em Novembro de 2013), o presidente da Câmara dizia: “A primeira prioridade é a instalação da Pousada da Juventude na Escola Francisco Sanches”. Ricardo Rio garantia que “o espaço, do ponto de vista da sua localização e funcionalidade cumpre com o que se defendeu. É um sítio central na cidade, de bons acessos, bem servido por autocarros e fica entre o centro da cidade e a própria Universidade”. 

A obra irá iniciar-se mal haja acordo firmado entre todas as entidades, algo que poderá acontecer no início do ano.

Com o prazo de conclusão de obra a estar fixado em 12 meses espera-se agora que, no início de 2017, Braga possa inaugurar a requalificada Pousada da Juventude.