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Portugal tem 8200 crianças a viver separadas dos pais

Em Portugal, 8200 crianças vivem separadas dos pais, e apenas 4% vive com uma família de acolhimento.

Os dados foram relembrados ontem à tarde pelo presidente da Associação Mundos de Vida, em Famalicão.

No âmbito do Dia Internacional da Família, Manuel Araújo referiu os números negros no nosso país e criticou a desresponsabilização do Estado nesta matéria.

Segundo aquele responsável em Portugal as crianças não vivem em famílias “por razões económicas” do Estado, mas sim “porque é mais fácil” as crianças viverem em instituições. Sublinhando que “a melhor instituição do mundo não substitui uma família normal”, Manuel Araújo apelou às famílias portuguesas a acolherem crianças distanciadas dos pais.

Famalicão é um dos concelhos portugueses com mais famílias de acolhimento. Ainda assim, Manuel Araújo afirma que são precisos muitos anos de trabalho para encontrar soluções familiares. “É difícil encontrar as famílias certas para que elas possam abrir a sua casa. São famílias comuns, que fazem um trabalho extraordinário e que podem ajudar a mudar a vida de uma criança para sempre. Temos muitos anos para trabalhar para conseguir que no nosso país se possa oferecer a estas crianças uma solução familiar”, explicou.

O presidente da Associação Mundos de Vida considera ainda que “não há ninguém mais pobre neste país do que estas crianças”, justificando que “a verdadeira pobreza é não sentirmos que pertencermos a ninguém e não sermos amados por ninguém”.

O testemunho de uma família de acolhimento há onze anos


Ontem numa acção em pleno centro da cidade de Famalicão, a associação apresentou uma família local que ao longo dos últimos anos tem sido família de acolhimento por onde já passaram quatro crianças, em circunstâncias diferentes. Algumas delas regressaram à família biológica depois de os pais voltarem a reunir as condições necessárias para tal. 

Arminda Dias e João Silva têm dois filhos biológicos e consideram que esta é uma ação determinante na vida dos que precisam. Em conversa com os jornalistas, estes pais lembraram o impacto positivo desta acção para todos, reconhecendo, ainda assim, algumas dificuldades. No entanto, para Arminda Dias, as dificuldades não deveriam ser um entrave no auxílio aos que mais precisam, mas reconhece a dificuldade da despedida. “Resolvemos ajudar quem precisava. O primeiro dia é muito bom e o último custa mais porque criamos afinidades com eles”. Ainda assim, “no meio deste processo existem regras e hábitos que a maior parte das vezes estas crianças não têm”, e “despesas”, o que torna mais difícil a tarefa de acolher e que pode ser para muitas famílias um factor de ponderação no momento da decisão. Além disso, esta “mãe de acolhimento”, assume que outra grande dificuldade é a despedida. Esta família de acolhimento continua, apesar de tudo, em contacto com as crianças que já acolheu ao longo deste período temporal e desafia outras famílias a dar o passo de acolher crianças que se encontram em instituições, afastadas dos pais biológicos pelas mais variadas razões.

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