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Pelourinho de Braga vai ser retirado da Sé para local mais visível na cidade
O Pelourinho de Braga, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933, e atualmente instalado na Sé, vai ser devolvido à cidade. A garantia foi deixada esta terça-feira pelo autarca local, depois do desafio lançado pelo investigador José António Barreto Nunes.
O tema surgiu durante a sessão do Ciclo “Encontros com o Património”, que se realizou no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga. Trata-se de um símbolo representativo da relação entre o poder religioso e civil da cidade, testemunhando também o poder senhorial dos Bispos e Arcebispos ao longo da vasta história de Braga.
A relocalização, com a qual o próprio Arcebispo Primaz de Braga também concordou, será feita
num espaço acessível e visitável por parte de todos os cidadãos, refere a nota enviada à RUM pelo Município de Braga.
“Braga é uma cidade que está comprometida com a valorização contínua do seu património material e imaterial, para que possa perdurar para as gerações vindouras. Assim, é de todo o interesse desenvolvermos um projeto que vise devolver à cidade o Pelourinho nas condições que forem possíveis, para que esta história possa ser recontada e revisitada no futuro num espaço ajustado para o efeito”, afirmou Ricardo Rio.
A garantia foi deixada esta terça-feira pelo autarca local, depois do desafio lançado pelo investigador José António Barreto Nunes ele que deu como exemplo a cidade de Lisboa, que tem o seu pelourinho na praça do município. “Está lá de pé um pelourinho fantástico e eu gostaria que Braga também recuperasse o pelourinho e o pusesse num sítio mais visível”, atirou. Recordando a “vida atribulada de quinhentos anos do pelourinho de Braga”, o investigador referiu que “aconteceu de tudo”, nomeadamente a mudança constante de local e até ao abandono “no meio do lixo”. A recuperação surgiu em 1933 depois de uma lei que solicitava aos municípios que colocassem os pelourinhos. O investigador considera que este pode ter sido “o primeiro sinal da descentralização administrativa central que deu poder aos municípios, o lado importante” deste elemento, considera. “Infelizmente, os pelourinhos ficaram mais conhecidos pelo seu lado negativo, onde se prendiam e torturavam criminosos, onde se cortavam orelhas, narizes, etc. Esse lado é que ficou”, lamenta.
O Ciclo “Encontros com o Património” é uma iniciativa da Fundação Bracara Augusta com o apoio da Câmara Municipal de Braga e do Cabido Metropolitano e Primacial Bracarense.
Há registos da existência de um pelourinho, no século XV, levantado em frente à Sé Primacial, pois era aos arcebispos, como senhores de Braga, que competia fazer justiça. Porém, parece ter provocado o repúdio da população: foi arredado para o Campo de Sant’Ana em 1694, depois, em 1769, para o Campo dos Touros, até ficar, em 1853, em bocados junto ao Castelo. Acabaram por ser recuperados os fragmentos, que depois de montados, se encontram desde os anos 30 do século XX, no pátio da Sé de Braga.