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Oposição na AM de Braga vai recomendar compra do S. Geraldo
CDU, PS e Cidadania em Movimento vão apresentar uma recomendação conjunta na Assembleia Municipal de Braga para que a câmara evite a demolição da sala de cinema S. Geraldo e compre à Diocese o edifício.
A intenção foi revelada ao final da manhã, em conferência de imprensa, junto ao S. Geraldo, pelas três forças políticas.
Carlos Almeida foi o porta-voz. O vereador da CDU garante que as forças políticas na oposição pretendem com a recomendação de amanhã “tentar evitar a demolição da sala de espectáculos” e fazer com que a câmara possa tentar “adquirir este imóvel”. Apesar das várias solicitações de forças vivas da cidade, da criação de um movimento cívico em defesa da preservação da antiga sala de cinema e de todos os partidos na oposição em Braga se manifestarem contra os moldes do projecto da diocese [dona do edifício], nada foi suficiente para demover o executivo de Ricardo Rio. O autarca baseou-se sobretudo na falta de financiamento para tentar municipalizar mais um espaço e no argumento de que o edifício é privado. Ainda assim, os partidos na oposição voltam à carga numa nova tentativa de alterar o rumo traçado.
Aquelas forças políticas pediram a um perito avaliador da lista do Tribunal uma avaliação do imóvel, sendo que esta “ficou cifrada na ordem dos 712 mil euros. É feita com base em três métodos de avaliação, sendo feita depois uma média do valor”. Um método “reconhecido”, assegurou o comunista salientando que é usualmente feito por estes peritos avaliadores.
Recorde-se que Ricardo Rio, quando confrontado em reunião de câmara com a sugestão de aquisição, revelou que seriam necessários cinco milhões de euros, valores que não poderiam ser suportados pela autarquia para municipalizar mais um espaço em Braga. Ainda assim, esta nova avaliação apresenta valores muito diferentes. Agora, os partidos referidos sugerem duas possibilidades ao executivo liderado por Ricardo Rio: “a extensão do mesmo método que a CMB usou para a eventual aquisição do Pé Alado, ou seja, o arrendamento por um determinado período com possibilidade de compra no final desse período” – um método que “a câmara de Braga tem de reconhecer que é viável porque está a pô-lo em uso no que diz respeito a este edifício do Pé Alado” – recordou o vereador. A outra possibilidade é “a câmara poder adquirir apenas o imóvel do S. Geraldo, negociando com o proprietário com uma possibilidade de pagamentos anuais” à semelhança com o que faz o município de Guimarães com o Teatro Jordão.
Ainda a propósito do valor levantado há uns meses por Ricardo Rio (cerca de cinco milhões de euros), o vereador da CDU, Carlos Almeida desafiou a câmara de Braga a “fazer uma avaliação para o edifício”. Os partidos na oposição estão “absolutamente convencidos de que nem de perto nem de longe chegará a um valor como o presidente de câmara apresentou”. Carlos Almeida alerta que o que vai acontecer, se se concretizar o projecto apresentado pela Diocese é “demolir tudo o que está dentro do imóvel”.
PS, CDU e CEM confiantes na aprovação da proposta na Assembleia Municipal
Os representantes dos partidos e do Cidadania em Movimento estão convictos de que a proposta será aprovada esta sexta-feira. Carlos Almeida suporta-se na existência de uma maioria representativa destas forças políticas na Assembleia Municipal, daí que estejam “convencidos de que é possível fazer aprovar esta proposta”, abrindo-se caminho para que a câmara “proceda indo de encontro ao sentimento representativo na AM, mas, acima de tudo, o sentimento que existe hoje na sociedade civil”.
Os partidos vão mais longe. Caso a proposta seja aprovada amanhã, o executivo liderado por Ricardo Rio tem de mudar a sua posição nesta matéria. Para João Nogueira Dias, do Partido Socialista, o executivo “não pode ignorar aquilo que é o sentimento de maioria das forças presentes na Assembleia Municipal, como também não pode ignorar aquilo que é a voz pública que vê aqui mais um espaço cultural para enriquecer a cidade”.
Carlos Silva, do Cidadania em Movimento, pede à autarquia “uma tentativa de aproximação e negociação” à Igreja. O deputado na Assembleia Municipal vai mais longe e desafia a diocese a ser “coerente” no “papel social” que diz desempenhar.
Os partidos lembram também que o contrato promessa do Pé Alado ainda não está assinado, assim como o processo de licenciamento da obra para o antigo S. Geraldo ainda não está concluído.