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O poder da fotografia vive dias difíceis

Dia Mundial da Fotografia é vivido este ano com preocupação entre os fotógrafos.

Neste ‘mundo’, os fotojornalistas estão a perder espaço devido aos constrangimentos financeiros dos meios de comunicação social e muitos começam a notar um abrir terreno para o cidadão anónimo que vai alimentando as publicações noticiosas. Uma situação que não deixa confortável uma classe que, ainda assim, vê a luz ao fundo do túnel com a valorização do seu trabalho em alguns espaços.

É por isso que Daniel Rodrigues, fotógrafo natural de Famalicão e actualmente a trabalhar no The New York Times, ainda mostra o encanto pela vida profissional que escolheu e que lhe valeu o prémio no World Press Photo: “A fotografia é a forma como vejo o Mundo, como me expresso, às vezes como me sinto. É a maneira de passar uma mensagem e divulgar aspectos que tenha conhecido do Mundo. A fotografia para mim é tudo, é o meu respirar”. Entre ser fotojornalista em Portugal e no estrangeiro, a diferença está no reconhecimento. “Infelizmente em Portugal, continuam a pagar muito mal aos fotojornalistas”. “Toda a gente tira fotografias e ainda bem”. A linha que separa o amador do fotógrafo profissional, está no olhar diferente, assumiu.

Visão semelhante tem Hugo Delgado. Natural de Braga, o fotógrafo da Agência Lusa, é outro dos que assume o descontentamento pelo rumo do fotojornalismo nos últimos anos. É por isso que reconhece o papel cada vez maior do fotógrafo amador. “A fotografia está a ser cada vez mais valorizada, mas num carácter mais amador. Hoje em dia quase toda a gente tem acesso a uma máquina fotográfica com boa qualidade ou um telemóvel com uma boa câmara e penso que isto é um misto do que é bom e mau dentro da fotografia. Para um fotógrafo, nota-se uma saturação do mercado e a importância que se dá a um fotojornalista é, hoje, menor”.

Hugo Delgado, lamenta que “nem todas as publicações apostem na qualidade fotográfica nos seus trabalhos”, mas confessa que sente que “volta devagarinho a haver uma nova aposta na fotografia por parte de algumas publicações”.

Ainda assim, e consciente do panorama do mercado, Hugo Delgado não tem dúvidas em afirmar que o cliente de hoje “é menos exigente”. “Um sobrinho, um primo, um irmão optam por fazer a fotografia. Entre o servir e o estar bem e ser bom há uma diferença muito grande. Quando se vai comprar um fato, é muito diferente vestir um fato feito à medida do que um ou dois números acima ou abaixo”, exemplificou o fotógrafo.

O constante desinvestimento na fotografia de qualidade é uma evdência, mas estes fotógrafos olham para o futuro com alguma esperança, até porque uma história que pode ser boa deve ser contada pela objectiva de um fotógrafo profissional.

Por: Paulo Costa e Daniel Vieira da Silva

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