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O negócio do 1 de Novembro pela boca das floristas de Braga
Dia 1 de Novembro significa dia de muito trabalho para aqueles que se dedicam ao comércio das flores. Ainda mais se nos deslocarmos a uma das cidades portugueses com mais tradição religiosa, Braga.
Em 2017 o feriado voltou, e esta reposição do Governo, aliada às condições meteorológicas favoráveis não podia “calhar melhor” às vendedoras do principal cemitério da cidade de Braga, o Cemitério de Monte D’Arcos.
O certo é que boa parte dos que chegam para homenagear entes queridos escolhem, sobretudo, flores mais baratas. Ainda assim, esta terça-feira, boa parte das floristas manifestavam-se satisfeitas com o negócio.
Maria Conceição Sousa, mais conhecida por “Sameirinha do Monte D’Arcos” diz-se a florista mais antiga da zona. Em conversa com a RUM assume que otpou por encomendar o que considerava que poderia vender para evitar desperdícios como os do ano passado, mas não tem dúvidas de que o dia de hoje foi favorável para o negócio. “Às vezes temos muitas flores que ficam, mas hoje vendeu-se bem e quem disser que não vendeu não está a falar verdade”, começou por explicar. Vendendo “um pouco de tudo”, lembra que os grandes lucros fazem parte do passado e um dia como o 1º de Novembro é determinante para pagar a renda e os compromissos com fornecedores. Sameirinha vai mais longe e frisa que a reposição deste feriado, o Dia de Todos os Santos, “foi o melhor que este Governo fez, não pelas vendas, mas pelo facto de ser um dia com signicado para toda a gente”.
Mesmo ao lado, Maria Braga, vendedora há quase quarenta anos, assume que este ano “a clientela” vem chegando “devagarinho”, mas escolhe sempre ramos a preços “mais acessíveis”. Ainda assim, a reposição do feriado “veio ajudar um bocadinho”.
Nesta pequena praça de floristas, à entrada do cemitério municipal, o negócio parece ter chegado para todo(a)s. Ainda assim, as opiniões das comerciantes divergem ligeiramente. Há quem diga que “não passa de um dia normal” porque muitas pessoas já começaram a passar pelo cemitério no fim-de-semana. Neste 1º de Novembro, e apesar da grande confusão nas artérias mais próximas do cemitério de Monte D’Arcos, uma das floristas explicava que este feriado “está com menos movimento”. Com a flor mais barata este ano, há quem assinale que quem vem buscar “não quer coisas caras” até porque “dizem que a vida está má”.
A crise volta sempre à conversa e nesta ocasião, contratar pessoas para ajudar está fora de questão. As floristas optam, sobretudo, por recorrer a familiares que vão ajudando em todas as tarefas, seja reposição de stock, venda, ou pequenos ramos elaborados à medida de cada cliente que vai chegando.
Comerciantes aproveitaram para deixar recado à Câmara Municipal de Braga
Foi ainda no tempo de Mesquita Machado que a Câmara Municipal de Braga construiu os quiosques junto ao cemitério de Monte D’Arcos, alugados desde então por várias floristas.
Apesar dos elogios às condições para a venda de flores, as comerciantes criticam o sistema de encerramento das portas de cada um dos espaços. Em causa a falta de espaço para guardar flores, vasos e outros equipamentos que utilizam no dia-a-dia. Ainda assim, a solução para resolver o problema é “fácil”, na opinião destas inquilinas que já recorreram até a um advogado. Mas a resposta da Câmara Municipal de Braga a uma solicitação enviada em Julho ainda não chegou.
Sameirinha foi a primeira a alertar para a situação que continua a causar indignação junto destas comerciantes. Em causa, a arquitectura concebida para o encerramento das portas ao final do dia. As vendedoras reclamam do senhorio, a Câmara Municipal de Braga, a possibilidade de fazerem “uma pequena alteração” que permitiria mais espaço a utilizar na arrecadação do material até ao dia seguinte.
“Todas as vezes que ia pagar a renda falava que temos aqui este espaço, que é pouco, e à noite temos que meter tudo lá dentro”, explicava a florista que aproveitou para lançar um desafio a Ricardo Rio: “Sr. Presidente, venha às floristas de Monte D’Arcos ver o que temos a dizer”.
Um repto lançado ainda por outras vendedoras que pedem mais atenção por parte do município.
“Já fui a um advogado e já fiz um requerimento, se eles não tiverem verbas, nós fechamos, mas não nos deram resposta. Nós somos inquilinas dele, como escrevemos uma carta precisamos de uma resposta, o que diz o sim diz o não e ele ignorou-nos”, alertava outra das comerciantes, salientando, ainda assim, que nada têm a dizer dos quiosques para além deste problema.