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Nova praça no Centro Histórico de Guimarães divide opiniões
Já arrancou a construção de uma nova praça no centro de Guimarães. Com a saída da cantina social do Largo de Donães irá nascer um novo local de encontro. Para isso, a chamada “Casa dos Pobres” passa agora a funcionar junto ao Mercado Municipal. Uma mudança que colhe pareceres bem distintos.
As opiniões dos utilizadores da cantina social dividem-se. Saídos do Centro Histórico, fazem desde segunda-feira as suas refeições num espaço renovado junto ao Mercado Municipal. Um local que traz outras regras a uma cantina que serve 120 refeições diárias a vimaranenses carenciados. Se para alguns “tanto faz”, outros preferem as novas instalações por se tratar de um local “mais sossegado”, mas há ainda quem diga que afirme que o ideal seria “estar Centro Histórico para estar mais perto de tudo”. Quanto às condições, alguns alertam que “são as mesmas”, outros admitem que “a nova a casa está limpa e com melhores condições”. “Mais importante do que a apresentação, é a alimentação”, concluem. De acordo com alguns utilizadores, no novo espaço é proibido levar bebidas alcoólicas para o acompanhamento da refeição, ainda que estas estejam à venda no local. Uma novidade que está a causar “alguma revolta”, dizem.
Para o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, a cantina social apenas sai do Centro Histórico pela falta de qualidade do edifício. “Era uma «mancha negra» do Centro Histórico. É como se tivéssemos um edifício no centro do Toural ou da Praça da Oliveira”, compara o autarca à RUM. “O que leva à requalificação do Largo não é a valência social, porque esta estava bem localizada, mas sim o edifício, que estava no centro de uma praça, o que não dignifica o Centro Histórico de Guimarães”, afirmou.
Quem tem uma opinião diferente são os moradores e comerciantes nas redondezas do Largo de Donães, que “respiram de alívio” com a saída da cantina social. Para Maria Silva, lojista no local há cerca de dez anos, a cantina “já devia ter saído há mais tempo. Dava mau aspecto com os toxicodependentes. É melhor para a cidade e para o comércio”, garante. Opinião diferente tem Manuel Rodrigues para quem a cantina “é um sítio como outro qualquer. Não me incomodavam”.
Daniel Mendes é morador no Largo de Donães há quase 50 anos e avisa que a medida é positiva, mas que perca por tardia. “Sempre houve problemas, daí que recentemente tenham posto dois policias municipais no local. Já há muito tempo que se falava nesta mudança. Foi uma das melhores coisas que fizeram. Mais vale tarde do que nunca”, afirma.
Já Nuno Castro, responsável por um restaurante junto ao edifício que será demolido, lembrou que os próprios utilizadores da cantina económica terão no novo local melhores condições. “Nós acolhemos bem a saída. Ainda que os próximos três meses sejam complicados devido à obra, nós suportamos o sacrifício com bom grado. O próprio pessoal que trabalhava no local queixava-se da falta de condições e agora estarão melhores. Saímos todos beneficiados”, garante.
No local nascerá uma nova praça que quer ser um renovado ponto de encontro no centro histórico. Domingos Bragança lembra que será um local pedonal, “construído com um conjunto de materiais nobres, o que faz com que tenha a mesma qualidade das outras praças do Centro Histórico”. De acordo com a autarquia, a praça acolherá na zona central uma escultura em ferro, que será colocada numa segunda fase, em homenagem às artes e ofícios vimaranenses. O pavimento da praça será em lajeado de granito e a viela em calçada à portuguesa, conforme planta do século XVI e de 1863.
A regeneração do largo de Donães vai custar cerca de 150 mil euros à Câmara de Guimarães, que prevê que a obra esteja concluída em Julho.