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“Não me lembro de ver o PS nesta situação”

Foi uma das vozes mais críticas e comentadas do congresso do Partido Socialista que ontem terminou em Lisboa.

Ricardo Gonçalves, ex-deputado eleito pelo distrito de Braga na Assembleia da República – e assumido apoiante de António José Seguro -, teceu duras críticas ao Governo liderado por António Costa e assumiu “receio” pela forma como o PS se vai apresentar nas próximas autárquicas.

Aos microfones da RUM, Ricardo Gonçalves deixou antever “um mês de Julho determinante para o futuro do partido” até porque, lembrou, “há muitas vozes que estão prontas para confrontar a Europa”, algo com que não concorda.

“No congresso houve muitas intervenções com vontade de nos atirarmos à Europa logo na primeira oportunidade, que pode ser já em Julho, caso a Europa exija mais medidas de austeridade para cumprirmos o défice deste ano”. “Eu e o Francisco Assis achamos contraproducente” esta guerra contra a Europa.

Ricardo Gonçalves disse ainda que “o PS é o país mais europeísta português e não deve entrar em conflito com a Europa”, lembrando que no Congresso socialista “havia muitas vozes, talvez mais moderadas” a concordar com o disse.

Tempo de “virar a página”

Para Gonçalves, o Partido Socialista precisa, urgentemente, de mudar de rumo. “O congresso foi muito virado para o passado e para justificar o Governo. Isso já é passado. Temos é de perceber como vamos ter o país a crescer. Temos de criar confiança, atrair investimento e criar riqueza. Sem isso não vamos a lado nenhum”, afirmou o ex-deputado que considerou que teme um PS, nas próximas autárquicas, “numa situação muito difícil em virtude de não estar a conseguir colocar o país a crescer”.

Sobre o futuro próximo, Ricardo Gonçalves explicou que teme o resultado da Convenção do Bloco de Esquerda que vai acontecer no final do mês. “O Governo ficará refém do que aí se decidir. O Bloco vai tentar afirmar-se ainda mais. Eles querem liderar a esquerda em Portugal e isso implica ultrapassar o PS”, sustentou o socialista.

PS fragilizado nas autárquicas do próximo ano

Ora, precisamente sobre as autárquicas, Ricardo Gonçalves não recusou a olhar para a situação no distrito de Braga. O socialista assumiu “muita preocupação” com que está a presenciar neste momento. “O PS está com grandes problemas internos que são muito complicados e que, aliados aos problemas nacionais, colocam-nos numa situação de muita fragilidade. Isso preocupa-me imenso”.

“Nunca estive tão preocupado com o partido como estou agora. Nunca vi uma situação tão complicada”, sublinhou.

Posto isto, Ricardo Gonçalves deixou um apelo: “Peço aos meus camaradas que se esforcem e façam sacrifícios, mesmo que ponham em causa as suas próprias ambições, para se encontrar soluções até porque o PS faz muita falta ao distrito de Braga”.

“Se o PS falta, a democracia no distrito, que muitas das vezes já não é grande coisa, fica muito fragilizada”, afirmou Ricardo Gonçalves que deixou antever um “ciclo político” muito complicado para as estruturas socialistas no distrito.

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