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Mudança de processos pode evitar infeções hospitalares que matam cerca de mil pessoas por ano em Portugal

Nove em cada cem pessoas internadas nos hospitais portugueses é infetada por uma bactéria e alguns casos podiam ser evitados. Consequência destas infeções hospitalares, morrem em Portugal, todos os anos, cerca de mil pessoas. Estes  são alguns dados apresentados no I Encontro de Infeciologia promovido pela Unidade Local de Saúde de Braga, esta segunda-feira, e que servem como referência para a discussão e análise.

Ao longo desta segunda-feira estão reunidos perto de três centenas de profissionais de saúde para discutir infeções hospitalares e antibióticos em Braga.

À conversa com a RUM, Ana Cláudia Carvalho, Diretora do Serviço de Infeciologia do Hospital de Braga, explica que este encontro científico permite discutir experiências e construir conhecimento para novas abordagens com o objetivo de diminuir ao máximo o número de infeções hospitalares. Assumindo que independentemente do motivo de internamento, “qualquer doente pode sofrer uma infeção hospitalar onde as bactérias são diferentes”, a responsável sustenta que é preciso “adequar procedimentos, perceber a complexidade e dotar todas as pessoas de conhecimento para diminuir o número de infeções e tratar bem as que acontecem”.

Numa altura em que o Serviço de Infeciologia do Hospital de Braga está a celebrar três anos, a responsável lembra que a infeção hospitalar é algo transversal e alerta até para um paradoxo: “Temos mais infeções e com desafios mais complexos porque também fazemos muitas intervenções mais complexas, em idades mais avançadas, um ganho muito grande nos doentes, mas para tratarmos esses doentes também corremos o risco de os tornar mais vulneráveis a infeção”, esclarece. Uma infeção hospitalar, sublinhe-se, significa mais riscos para o doente, prolongamento de internamento e aumento de custos associados para o Serviço Nacional de Saúde.


Os especialistas alertam que em 2050, as infeções por bactérias multirresistentes serão a principal causa de morte, ultrapassando o cancro. Passando a cura de infeções pela aplicação de tratamentos com antibióticos, é preciso “saber utilizar bem e não corrermos o risco de viver uma era pós-antibiótica e deixarmos de tratar infeções porque não temos antibióticos eficazes”, adverte.


Todos os anos, cerca de mil pessoas morrem em Portugal com uma infeção hospitalar


José Artur Paiva, da ULS São João, no Porto, abriu a sessão de trabalhos. O especialista sustenta que a taxa de infeção hospitalar atual “é largamente evitável”, e defende que é preciso “analisar o processo de comportamentos e atitudes, identificar os gaps de qualidade e dirigir para as alterações de processo que melhoram o resultado”.

Assinala que a capacidade para “a cada infeção desenhar o processo de virtude que conduz à ausência de infeção é absolutamente essencial para sabermos onde atuar”. 

A taxa de infeção hospitalar atinge nove em cada cem doentes internados, mas há diferenças dependendo das instituições de saúde. José Artur Paiva considera também que “a equidade na saúde é o grande desafio da próxima década em Portugal”. Modificando as culturas hospitalares, os resultados “são muito mais sustentáveis”. “Nós precisamos de fazer com que esta questão de controlo de infeção seja um problema de todos os profissionais de saúde e, eu diria até, de todos os cidadãos”, conclui.

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