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Memória do Museu da Imagem em risco de desaparecer

O espólio depositado no Museu da Imagem, em Braga, está ameaçado. Quem o diz é o ex-director do espaço, Rui Prata.

As infiltrações no edifício e a falta de condições apropriadas à preservação do espólio fotográfico, datado desde 1909 e que foi cedido pela “Foto Confiança” e “Casa Pelicano”, estão a colocar em causa algumas das memórias visuais que restam da cidade bracarense.

Rui Prata, em declarações à RUM, explicou que este caso já tinha sido alertado ao município há alguns anos. “O edifício carece de obras estruturais na sua fachada e telhado que evitem infiltrações de água. Quem lá entrar consegue rapidamente ver o estado lastimável das paredes no rés-do-chão”, atestou Rui Prata que lembrou que “o arquivo está situado no último piso, o que concorre para uma ausência de condições para a conservação do espólio”. Sobre este facto, o ex-director recordou que existe um sistema de ar condicionado neste último piso do Museu da Imagem para evitar, precisamente, grandes amplitudes térmicas, factor que contribui para a degradação dos negativos das fotografias cedidas para o espólio. O problema, afirmou Rui Prata, é que esse sistema de ar condicionado esteve inoperacional durante alguns anos. “Quando a máquina avaria, os negativos armazenados são prejudicados o que, a curto prazo, vai levar a deterioração completa do espólio que lá se encontra”, afirmou Rui Prata que explicou que já tentou com este executivo e com o antecessor, uma solução para este problema e que pode passar para deslocalização do espólio.

Museu da Imagem “sem rumo”

Depois de 15 anos à frente deste espaço cultural, Rui Prata abandonou as funções de director em Janeiro de 2015 e, passados dois anos, deixa várias críticas à forma como tem sido gerido este espaço afirmando que “a imagem positiva do museu foi-se desmoronando ao longo dos anos e a sua credibilidade, hoje em dia, é inexistente”.

Rui Prata lembrou que “a função primária do museu era conservar, estudar e divulgar a memória visual da cidade. Depois tinha a função de dar a conhecer as tendências e as várias vertentes da fotografia contemporânea e ainda promover o papel educativo e pedagógico, através da organização de várias oficinas na área das artes visuais”.

Uma missão que, segundo, o ex-director, não está a ser cumprida: “Desde 2015 o Museu ficou órfão, uma vez que não houve ninguém que tivesse a preocupação de ter um papel com uma narrativa articulada na programação das exposições do museu e a parte do tratamento dos arquivos ficou totalmente imobilizada”.

Rui Prata alarga ainda as críticas para o que se passa na cultura na cidade de Braga: “Tirando os grandes eventos que até devem de ser rotulados como de entretenimento, acho que há uma ausência de espinha dorsal, de uma linha de intervenção de política cultural e isso espelha-se e reflecte-se também naquilo que está a acontecer no Museu da Imagem”.

O ex-director do espaço acusa ainda o executivo de não dar um rumo a este espaço que foi criado em 25 de Abril de 1999 na cidade de Braga.


Recorde-se que o Museu da Imagem está situado junto ao Arco da Porta Nova e encontra-se sediado num edifício do século XIX e numa torre do século XIV da antiga muralha medieval.

 

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