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Manuel Heitor recusa ideia de doutoramentos nos Politécnicos
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior marcou presença, ontem, na sessão comemorativa do aniversário do IPCA e reagiu à pretensão dos Politécnicos de ministrarem doutoramentos.
Manuel Heitor esclareceu que esta intenção “não faz qualquer sentido”, reforçando a ideia que já havia transmitido ligada ao aumento da captação de alunos que seguem a via profissionalizante no Secundário para o Ensino Superior. É nesta massa de estudantes que se registam as maiores taxas de abandono e por isso mesmo o Ministro sublinhou o papel dos Politécnicos neste desafio. “É um disparate total. Não é aí que está o futuro. O que a sociedade precisa é de um ensino diversificado. E hoje não temos falta de capacidade de doutoramentos em Portugal, o que temos é falta de capacidade de formação especializada no Ensino Superior. E por isso, o exemplo do IPCA é exactamente esse: formar técnicos, formar pessoas para as novas profissões. É isso que faz falta, é nisso que temos de insistir”.
Esta foi uma ideia rejeitada pelo presidente do IPCA, João Carvalho, que é defensor da obtenção do título de doutoramento pelos Politécnicos, “desde que certificado pela A3ES, que é uma agência independente do governo e das universidades e politécnicos”.
Ainda durante o Dia do IPCA, Manuel Heitor aproveitou para chamar a atenção para os novos desafios que 2017 trará para o Ensino Superior, no que toca à avaliação dos centros de investigação e à reforma legal do sistema científico. “Queremos que a avaliação permita, sobretudo, alargar e diversificar a actividade de investigação no Ensino Superior. E um dos desafios grandes é, de facto, alargar e aprofundar a actividade de investigação nos institutos politécnicos. Espero que, no futuro, possamos ter melhores e maiores unidades de investigação, e sobretudo especializar esta actividade em institutos politécnicos que são as instituições de futuro”.
Segundo o Ministro do Ensino Superior, o grande desafio actual do Ensino Superior é educar as futuras gerações para empregos que ainda não sabemos quais serão.
IPCA COMEMORA 22 ANOS
O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave comemorou, ontem, 22 anos numa cerimónia em que ficou claro que, apesar de ser um dos mais jovens e mais pequenos institutos superiores do país, está a apostar num grande crescimento. “Em 2016 o IPCA cresceu em vários aspectos. Cresceu na obtenção de receitas sobretudo em candidaturas a fundos comunitários, cresceu em número de cursos, em número de estudantes, na valorização dos seus professores com a obtenção de mais doutoramentos, e está a crescer em termos de campus”, referiu o presidente do IPCA, João Carvalho.
Em 2016, o IPCA ultrapassou a barreira dos 4 mil estudantes e a procura pelos cursos técnicos superiores profissionais aumentou nesta instituição. Para além da melhoria das acessibilidades ou da nova Escola Superior de Tecnologia, o grande destaque da sessão foi para a ligação deste Politécnico à região, nomeadamente através da passagem da Escola Superior de Design para o centro da cidade.
Durante o seu discurso, João Carvalho anunciou ainda a possibilidade de abandonar a presidência do IPCA por motivos de saúde. “A possibilidade de deixar o IPCA é por uma questão absolutamente de saúde, mais nada. Às vezes contamos com determinados projectos e de um momento para o outro a doença trai-nos. Se conseguir recuperar, cá estarei”, referiu ele que citou a música “O Tempo Não Pára” de Mariza para deixar o seu pedido para este Natal: “Vou pedir ao tempo que me dê mais tempo para olhar para ti”.
O presidente da Câmara Municipal de Barcelos também marcou presença no Dia do IPCA, momento em que referiu estar apostado na construção da Escola Superior de Design, e foi também neste dia que o Vice-Presidente da CCDRN, Ricardo Magalhães, deixou largos elogios ao instituto e alertou para a preparação das candidaturas aos fundos comunitários.