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José Moreira homenageado em “acto de justiça” em Braga

A cidade de Braga prestou hoje homenagem a José Moreira, ex-jornalista com ligações profundas à cidade de Braga, nomeadamente à cultura local e ao património concelhio.

Falecido no ano de 2003, José Moreira foi o fundador da ‘Livraria Pax’, que desenvolveu uma grande actividade editorial, com particular atenção para temas relacionados com a história e identidade local.

Miguel Bandeira, vereador na Câmara Municipal, lembrou a afectividade que mantinha com José Moreira, “um homem de causas públicas”. Bandeira assumiu que “independentemente de alguns equívocos que algum mediatismo pode suscitar”, hoje cumpriu-se “um acto de justiça que é o de atribuir o nome de uma avenida neste que é um ponto de contacto de uma das grandes lutas cívicas onde o José Moreira esteve envolvido, o vale das Sete Fontes”.

O vereador municipal recusou a colagem de José Moreira ao regime fascista, preferindo destacar a sua intervenção cultural na cidade: “É verdade que ele teve as suas amizades no regime que foi deposto no 25 de Abril, mas ainda ao bocado aqui dissemos que ele livrou alguns jovens de ser detidos pela PIDE”. Bandeira recordou José Moreira como um homem que acabou por ser, sobretudo “a representação da entrega à causa pública, aos valores da comunidade, duma generosidade sem limites, de uma elevação cultural que não tem tempo nem circunstância e que não divide a história apenas pelos rótulos e títulos, mas sim pelas suas acções.”

“Foi um homem de grande generosidade. Foi um jornalista exímio ao longo de muitas décadas. Era um escritor, editor e a ele estiveram associados a edição de inúmeros títulos de literatura, património e poesia”, lembrou Miguel Bandeira que recordou ainda que, nos últimos tempos da vida de José Moreira, este “era organizador de uma pool de apoio e sustentabilidade de alguns escritores que não tinham condições financeiras para sobreviver”.

“Foi um dirigente dos movimentos focolares da igreja católica, foi um defensor do património, da cultura e da memória e soube ter a visão de colaborar com aquilo que, no quadro dos seus valores, era o interesse público”. Os elogios de Miguel Bandeira culminaram na opinião de que este é “um dia feliz”, assumindo que “Braga sente-se reconfortada e prodigamente reconhecida para com um dos seus filhos mais generosos do século XX”.

Uma opinião que foi sublinhada pelo presidente da Câmara, Ricardo Rio, que explicou o acto como um “sinal de maturidade” da autarquia. “Acho que o maior sinal de maturidade é reconhecer as diferenças e reconhecer que em democracia também há proscritos. Hoje estamos a fazer um borrão sobre esse período da história da democracia de Braga onde havia proscritos. Acho que José Moreira não merecia que, durante tanto tempo, não tivesse o reconhecimento público da sua cidade”, sublinhou o edil.

A cerimónia desta manhã culminou com o descerramento de uma placa na rotunda que dá acesso ao Hospital de Braga.

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