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Isabel Estrada Carvalhais quer continuar trabalho no Parlamento Europeu
Isabel Estrada Carvalhais pretende continuar no Parlamento Europeu e está disponível para manter responsabilidades na Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Regional. Num passado recente, a eurodeputada minhota já tinha manifestado disponibilidade para se recandidatar ao ato eleitoral de 9 de junho.
Na última noite em entrevista ao Campus Verbal, a eurodeputada socialista sublinhou também que não pretende comissões relacionadas com a sua atividade académica. No Parlamento Europeu desde 2019, a também docente da Universidade do Minho na área das Relações Internacionais, recorda, por exemplo, que recusou votar no Pacto das Migrações. “Se tal acontecer [reintegrar a lista do PS e for eleita], há uma comissão que me está no coração, que é a comissão da Agricultura e devo confessar que prefiro estas comissões”, começa por responder quando questionada sobre se gostaria de assumir outras pastas caso fosse reeleita pelo Partido Socialista. No presente mandato, por exemplo, a eurodeputada que pretende “manter imparcialidade” em áreas relacionadas com a sua atividade académica e enquanto orientadora não votou no Pacto das Migrações. “Tenho a minha interpretação do pacto, aspetos positivos e negativos, mas sobretudo quero sempre manter imparcialidade até a bem dos meus orientandos. Sinto-me mais confortável a não estar em áreas que me obriguem a ter de tomar algum tipo de posição que implique pragmatismo político”, esclarece.
“Pela primeira vez podemos concentrar a discussão nos assuntos europeus”
A cerca de dois meses das eleições europeias, Isabel Estrada Carvalhais lamenta que este processo eleitoral seja menos visível, recusa a ideia de que os portugueses estão menos interessados nas eleições europeias e apela a todos os responsáveis políticos que falem mais dos assuntos europeus na campanha e não nos assuntos da política diária nacional. A eurodeputada lembra que em geral as eleições europeias são usadas pelos portugueses para “referendar governos”, uma vez que as eleições legislativas aconteceram apenas em março. “Talvez possa ocorrer o fenómeno que eu acharia até muito interessante de, pela primeira vez, nos concentrarmos, de facto, na discussão dos assuntos europeus”, atira.
A eurodeputada recusa a ideia de que a maioria dos cidadãos portugueses não se interessam pelo que se passa nas instituições da União Europeia, sustentando que os próprios barómetros revelam que “são dos mais europeístas”. Diz ainda que o funcionamento das instituições “é muito complexo” daí que não se possa exigir que o cidadão “em menos de dois meses, passe a dominar aquilo que é todo o processo negocial e toda a dinâmica de funcionamento europeu”, apelando, no entanto, a um esforço conjunto nesta matéria.
Com eleições em véspera de feriado, na ótica de Isabel Estrada Carvalhais, o voto antecipado ou em mobilidade pode resultar numa participação mais significativa face a europeias anteriores. “Vai havendo mais sensibilização para as questões europeias e a comunicação social também vai ajudando”, acrescenta.
Recorde-se que em 2019, o Minho ficou representado com três eurodeputados: Isabel Estrada Carvalhais (PS) como estreante que se juntou a José Manuel Fernandes (PSD) e Nuno Melo (CDS-PP). Entretanto, no passado mês de março, os dois eurodeputados cessaram funções para integrar o governo da Alinça Democrática, Nuno Melo enquanto ministro da Defesa e José Manuel Fernandes enquanto ministro da Agricultura.
“Quando cheguei ninguém me atribuia um dossier de responsabilidade”
A eurodeputada faz uma avaliação “muito positiva” do seu percurso de quase cinco anos no Parlamento Europeu onde chegou como uma “completa desconhecida” por ser independente e não ter desenvolvido qualquer atividade política pública até aí. Nesta grande entrevista à RUM, Isabel Estrada Carvalhais admite também que estudou e aprendeu desde a primeira hora, notando que a vida política “é muito feita daquilo que se consegue mostrar” através das notícias e das redes sociais”. Ainda assim, sustenta, “há todo um universo de trabalho de bastidores, de formiguinha que não é visível aos olhos dos cidadãos”.
“No princípio ninguém me atribuia um dossier de responsabilidade porque, enfim, era caloira e, ao fim de nem sequer um ano já era bastante respeitada e consegui notorieadade nas comissões em que trabalhei, muito em particular na Comissão de Agricultura onde procurei desenvolver o melhor possível o meu trabalho”, recorda.