Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
Igreja de Braga reage às críticas sobre edifício S. Geraldo
A Arquidiocese de Braga voltou a confirmar esta terça-feira que vai avançar com o projecto de requalificação do edifício S. Geraldo, recentemente apresentado. Tal como referiu ontem à RUM, o Arcebispo de Braga, a Arquidiocese já assumiu compromissos que terá agora de concretizar e que incluem uma zona de restauração e um hotel de charme.
Ainda assim, no comunicado divulgado esta manhã, a Igreja bracarense lembra que “há quase vinte anos que tem vindo a encetar esforços para encontrar uma solução condigna para os espaços do cinema S. Geraldo” e que “durante este período esteve sempre aberta a sugestões e propostas”.
A Arquidiocese refere ainda que “teve dois projectos aprovados pelo anterior Executivo, tendo, para o efeito, realizado as necessárias escavações arqueológicas. Tais projectos não se concretizaram somente devido à conturbada situação económica do país”.
No esclarecimento, a Arquidiocese aponta que “foram chegando algumas críticas sobre o estado degradante do edifício” e que “surgiu, agora, uma solução para os espaços do Cinema S. Geraldo. Após responsáveis negociações, a Arquidiocese assinou um compromisso que, em nome dos princípios que norteiam o seu agir, não pode desconsiderar”.
Referindo que há “dois aspectos relevantes foram levados em consideração nestas negociações”, a Igreja de Braga garante “a preservação da fachada e a preservação do palco” que “permitirá todo o tipo de eventos culturais, desde a música ao cinema”. Foi ainda solicitada “a cedência de algumas pedras do Convento dos Remédios para deixar uma evocação no local”.
Depois destes esclarecimentos, a Arquidiocese de Braga escreve que “o projecto atingiu um estado de maturidade que não lhe permite afastar-se dos compromissos e encargos já assumidos”.
O comunicado termina com a garantia de que “o Cinema de S. Geraldo continuará vivo na cidade. Será um espaço público. Preservará o nome que o identifica e estará sempre ao serviço de todos os bracarenses”.
Grupo de Arquitectos subscreveu carta aberta a Arcebispo e presidente do município
Em declarações à RUM, o Arquitecto Pedro da Rocha Vinagreiro explicou a mensagem. O grupo pede à Igreja para voltar atrás na decisão recentemente anunciada. O arquitecto apelou à “suspensão do processo e que se repense o novo programa para o edifício”. “Deve ser aberto à cidade e para a cidade, pode ter a vertente educativa social e cultural, pensamos que é o que faz mais sentido neste momento”, defendeu. Este grupo de cidadãos garante estar “disponível para colaborar e pensar num programa que se ajuste às necessidades da cidade e que sirva também os interesses da diocese”.
Do lado da autarquia, o presidente Ricardo Rio frisou à RUM que o projecto é da responsabilidade da arquidiocese de Braga e que, por isso, a Câmara não se deve pronunciar quanto a uma eventual alteração.
“A Câmara não tem que se pronunciar sobre o projecto. Vamos apreciar o projecto do ponto de vista urbanístico, com todo o rigor e salvaguarda das questões de natureza patrimonial que a lei impõe, em articulação com a Direcção Regional de Cultura. Sobre o teor do projecto, o proprietário é que terá que apreciar”, afirmou.