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Hotel no Monte Picoto de novo em equação
O Monte Picoto pode vir a contar com uma unidade hoteleira. A ideia não é nova, tem perto de trinta anos, e faz já parte de um acordo do município de Braga com um grupo privado. Agora que o município detém finalmente os terrenos tendo em conta a expropriação, o privado já terá contactado a Câmara Municipal de Braga. O assunto surgiu depois de ter sido discutida a intenção da autarquia em instalar um parque aventura/radical.
Aos jornalistas, o presidente do município, Ricardo Rio admitiu que esse mesmo privado já reatou conversações, manifestando interesse em levar para a frente aquilo que fazia parte do acordo, nomeadamente a construção de um hotel.
Esta manhã, depois da reunião do executivo, o autarca explicou aos jornalistas que “ao longo de todo este mandato” o promotor do projecto tem abordado a câmara “no sentido de regularizar a situação”. Rio recordou que na década de oitenta “o negócio foi celebrado tendo em conta a necessidade da câmara ceder para a viabilização desse projecto terrenos que não eram pertença da câmara municipal” e que chegaram à posse do município “recentemente, quando a câmara municipal expropriou os terrenos do clube de caçadores”.
Ainda assim, o município de Braga quer acautelar algumas questões, sem pôr em causa os direitos contratualmente estabelecidos com o promotor: “do ponto de vista daquilo que é o projecto imobiliário que venha a ser desenvolvido para aquele espaço faz sentido ajustar a realidade aos tempos de hoje”, defendeu. Os serviços municipais estão a realizar estudos nesse sentido, acrescentou ainda Ricardo Rio.
O promotor terá mostrado receptividade nalgumas alterações que estavam no acordo assinado na década de 80.
O autarca sublinhou que “não há nenhum interesse em ter uma malha urbana muito densa naquele espaço”, mas “há questões de remate que podem ser aceites e que fazem sentido”. Entre elas, uma sugestão que já tinha sido lançada pelo executivo socialista anterior, em que “alguns barracões e casas devolutas pudessem ser reconvertidas por unidades imobiliárias de outra natureza”. Para além disso, outra equação passava “num reposicionamento do hotel mais para a zona envolvente ao Estádio 1º de Maio e funcionando como complemento do PEB”.
PS defende demolição do Bairro do Monte Picoto antes de hotel ou parque aventura
O Partido Socialista (PS) considera que nem Parque Aventura ou Hotel podem ser instalados sem antes se proceder à demolição do bairro do Picoto, apesar de Hugo Pires defender que a instalação do hotel faz todo o sentido. O vereador socialista defende que “ainda hoje é necessária a construção de um equipamento que dinamize aquela zona”.
O assunto foi trazido a propósito do Parque Aventura. Apesar de os socialistas afirmarem que não estão contra um parque aventura, Pires considera que “é ter as vistas curtas quando se pensa em fazer cidade”. O também deputado na Assembleia da República sublinha que “nada se resolve naquela zona da cidade sem em primeiro lugar demolir o bairro do Picoto”, que caracterizou como “um cancro” em Braga.
Mas, sobre esta demolição a câmara já assegurou que a mesma não vai acontecer, até porque o bairro será requalificado em breve.
Por sua vez, o vereador da CDU, Carlos Almeida, abordou sobretudo a intenção do parque aventura, deixando críticas à estratégia do município. Em”qualquer instrumento desta dimensão que fuja à gestão directa por parte do município”, os objectivos privados “vão colidir com os interesses ambientais”, alertou. Para o vereador comunista, o prometido “maior bosque autóctone da Península Ibérica pode ser colocado em causa” tendo em conta este tipo de decisões e também os compromissos urbanísticos para o sopé do monte”.
Aqui é possível verificar o estado do processo que data da década de 80 e que terá surgido depois de um concurso de ideias.