Eurodeputado relata ambiente de “medo” no Parlamento

“Medo”. Esta é a palavra que define o sentimento que se vive na generalidade entre eurodeputados e restantes funcionários do Parlamento em Bruxelas. Carlos Coelho admite que paira sobre as pessoas o “receio” e o medo”. “As pessoas têm medo que possa haver mais atentados, embora isso pareça pouco provável neste momento, mas há sobretudo receio. Se me pedir para definir numa palavra, eu diria medo”, admitiu.

Todos os eventos previstos para esta terça-feira no Parlamento  foram cancelados. “As portas foram fechadas. Os carros que entram estão sujeitos a um mecanismo de verificação reforçado. Há um conjunto de detectores que mesmo nas viaturas oficiais foram accionados”, explicou o eurodeputado.

Carlos Coelho considera que os ataques desta manhã provam  uma vez mais é que “se há coisa que podemos dar por adquirida é de que não vai haver termo a isto no curto prazo. A gente doida e assassina que está por trás destes ataques vai, provavelmente, continuar a fazer outros atentados”, sublinhou.

O eurodeputado defende “um esforço de maior cooperação entre as forças policiais”. Aliás, na sua opinião, “os atentados de Paris provaram que houve falta de colaboração, por exemplo, entre os serviços secretos franceses e os serviços secretos belgas, que não partilharam reciprocamente as informações que tinham relativamente àqueles que cometeram os ataques”. Mesmo reconhecendo que se a partilha tivesse ocorrido, se teriam evitado os ataques, Carlos Coelho considera que “teria havido mais eficácia na prevenção de quaisquer ataques terroristas”.

O eurodeputado acredita que um novo atentado vai também trazer consequências para o mercado do turismo na Europa.

Bruxelas foi hoje alvo de ataques terroristas, o balanço de vítimas subiu para 34 mortos e pelo menos 140 feridos. 

O alerta antiterrorista está no nível máximo no país, a população foi aconselhada a ficar onde está.