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Enfermeiros de Guimarães em greve reclamam 250 mil euros

Os enfermeiros do Hospital de Guimarães cumprem hoje aquele que é o primeiro de quatro dias de greve. Em causa estão as desigualdades contratuais que existem entre os próprios enfermeiros e o trabalho a mais que ainda não foi pago.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses fez as contas e estima que em dívida estão 250 mil euros, o equivalente a 18.500 horas de trabalho já efectuado e que ainda não foi pago. No total, esta unidade de saúde tem 540 enfermeiros, mas para suprir as necessidades, o Sindicato prevê que tenha de haver um reforço de 132 profissionais de enfermagem.

Esta manhã na jornada de luta simbólica à porta do Hospital, Guadalupe Simões, do Sindicato, explicou “que em causa está a questão das 35 horas não se aplicar a todos os enfermeiros”. Para além dessa reivindicação, a sindicalista explica ainda que “a alteração à cláusula contratual foi proposta ao Hospital, mas ainda não houve resposta”.

Guadalupe Simões frisou os números em dívida pelo Hospital e sublinhou “que não faz sentido” a situação verificada. “Os enfermeiros estão hoje sobrecarregados e a perspectiva é manterem-se dessa forma”, afirmou.

Greve inicou-se com 77% de adesão


A greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses registou “no primeiro turno uma adesão de 77% e no turno da manhã uma adesão de 56%”.

Guadalupe Simões explicou que “a greve está dividida por serviços e dias”, explicando que “hoje estão em greve os enfermeiros do serviço de internamento, urgência e emergência e amanhã em greve estarão os serviços de bloco operatório, cirurgias de ambulatório e hospital de dia”.

André Barbosa, um dos enfermeiros em greve, frisou à RUM que são quase todos os serviços afectados pelas várias situações denunciadas. “Temos todos várias horas a mais. Fazemos das tripas coração para assegurar serviços e continuamos sem reforço, o que se torna uma situação muito cansativa. Cuidamos de pessoas e ninguém cuida de nós”. O enfermeiro assumiu que os “enfermeiros se sentem cansados, mas, acima de tudo, derrotados”, adiantando que alguns deles são obrigados a “entrar de baixa porque estão esgotados psicológica e fisicamente”.

O mesmo enfermeiro lembra que em causa, nesta greve, não estão apenas razões monetárias: “O Hospital tenta pagar, mas não há verbas. Nós não queremos só que nos paguem as horas, precisamos de descanso. Não é fácil recuperar de uma noite de trabalho. É preciso descanso”, exclamou o enfermeiro da unidade de saúde vimaranense.


Ainda esta manhã, e sob a forma de comunicado enviado à RUM, o Hospital de Guimarães frisou que “contratou 110 enfermeiros no último ano. Ainda neste mês de Agosto, recebeu autorização para contratar mais 57 (33+24) enfermeiros que permitirão implementar um novo regulamento de horários, assim como a aplicação integral das 35 horas semanais de trabalho nos casos de enfermeiros em funções públicas”.


O Hospital aproveitou este esclarecimento à imprensa para lembrar que “a maior parte das reivindicações comunicadas pelo Sindicato para esta greve enquadram-se no âmbito nacional, não sendo situações na esfera de competência do Hospital de Guimarães”. 

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