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“É triste que as pessoas não possam falar com os médicos”
Laura Santos, co-fundadora do Movimento Direito a Morrer com Dignidade, autora de obras relacionadas com a eutanásia e investigadora da Universidade do Minho esteve esta terça-feira em Braga para esclarecer pessoas com doenças e cidadãos que trabalham com idosos doentes. A eutanásia e o testamento vital foram os assuntos em discussão no Auditório do Sá de Miranda com a colaboração do professor João Carlos Macedo, da Escola de Enfermagem da Universidade do Minho.
Numa entrevista à RUM antes da palestra, Laura Santos referiu que o que pretende é “dar informações para que as pessoas possam tomar opções esclarecidas e que sintam que têm uma palavra a dizer sobre o seu corpo, sobre o governo do seu corpo, sobre o fim do seu sofrimento”.
A co-fundadora do Movimento Direito a Morrer com Dignidade assumiu que o movimento que pode passar a associação, “tem tido muita solicitação por parte de escolas, estudantes universitários e juntas de freguesia”. Por isso repetem-se as deslocações de alguns membros para esclarecer os cidadãos, como aconteceu esta tarde em Braga.
Mas, para lá destas solicitações, à caixa de e-mail de Laura Santos chegam diariamente pedidos de ajuda, desabafos e muitas dúvidas.
“Os mails que eu recebo são mails de pessoas desamparadas, algumas delas querem morrer e não sabem como e perguntam muitas vezes como é que podem obter o produto letal, algo que mesmo que eu soubesse não podia dizer”, contou a investigadora.
Um dos exemplos mais recentes aconteceu com um jovem que “durante muito tempo” só falou com Laura Santos, “não falou com os pais nem falou com os amigos”. A antiga docente da Universidade do Minho admite que “é triste que estas pessoas não possam falar com os seus médicos”. No caso, o jovem terá admitido que na pior das hipóteses ponderava ir ao estrangeiro “pôr termo à vida”.
A conversa desta terça-feira foi promovida pela Junta de Freguesia de S. Vicente em parceria com a Escola Secundária Sá de Miranda.