“É bom para a cidade, mas não para nós”

Estamos a dois dias da Superespecial de Braga, um evento que deverá atrair à cidade perto de 200 mil pessoas, gerar negócio a restaurantes, cafés, lojas ou estacionamentos subterrâneos, e causar transtornos, sobretudo para os pequenos comerciantes que terão de fechar as portas, limpar as bancas e ficar em casa na próxima sexta-feira.

A Braga Street Stage é apenas na sexta-feira, dia 19, mas um evento desta dimensão requer uma operação logística atempada e que acaba por causar transtornos. Na comunicação social e nas ruas da cidade, a informação vai chegando. Os panfletos informativos indicam as zonas interditas, os horários e os locais onde os interessados podem assistir, mas para os vendedores do mercado municipal, a comunicação da autarquia levou nota negativa. 

Há quem esteja contra a realização do evento pelos custos aos cofres municipais, há quem saude a aposta, mas há uma falha em comum que é apontada: A prova não deveria passar pela zona do mercado municipal, mas sim por um trajecto alternativo que não prejudicasse um edifício com tanta concentração de pequeno comércio que já vive os constrangimentos diários de perda de clientes.

No Mercado Municipal a revolta é geral. Alguns referem que os avisos formais da câmara chegaram só depois de pressões de alguns vendedores que alertavam que abririam as bancas na sexta-feira, pois a única informação que tinham era a que constava na comunicação social. Há poucos dias, Ricardo Rio terá enviado dois responsáveis para justificarem o encerramento imposto. Ao que tudo indica, essa terá sido a única nota deixada. Já sobre medidas municipais para compensar o prejuízo nada sabem.

A Câmara  Municipal de Braga, em parceria com a Associação Comercial de Braga estará a estudar uma forma de compensar os comerciantes que não poderão aproveitar a grande afluência de pessoas à cidade ao longo dos próximos dias, sobretudo na sexta-feira. O autarca Ricardo Rio reconheceu que as alternativas são escassas e que por isso deverão passar por alguma isenção no que toca aos impostos municipais pagos por estes comerciantes.