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Docentes de enfermagem ‘obrigados’ a cometer ilegalidade
Ao longo dos anos, os docentes de Enfermagem da Universidade do Minho têm vindo a cometer uma ilegalidade durante os ensinos clínicos dos alunos do curso (estágios). A denúncia é feita pelo Sindicato do Ensino Superior que convocou um pré-aviso de greve a partir do próximo dia 6 de Fevereiro e até 23 de Junho – período em que decorrem os estágios destes alunos.
Nos hospitais e centros de saúde da região, os quase trinta docentes da Escola de Enfermagem acabam, muitas vezes, por subsituir o trabalho que só pode ser feito pelos enfermeiros das respectivas unidades de saúde. Situações que se repetem pela falta destes profissionais nos hospitais e centros de saúde da região minhota.
O trabalho do docente é apenas de acompanhamento e supervisão, mas por vezes é ‘obrigado’ por força da circunstância a exercer a função como de um enfermeiro daquela unidade se tratasse.
Docente da Escola de Enfermagem explica o que acontece
Os docentes “são obrigados a estar no mínimo dois dias por semana nos hospitais com os alunos a fazer um turno de sete ou oito horas seguidas e muitas vezes misturam-se os papéis e estão a prestar cuidados de enfermagem, mas isto não pode acontecer porque é ilegal”, denunciou o docente João Macedo, alertando que para estes casos a Universidade do Minho não tem nenhum seguro de responsabilidade.
“Há dias em que um docente da Universidade do Minho vai para o hospital, enverga a sua farda e como há falha de enfermeiros muitas vezes ajuda também. Isto foi denunciado em Abril de 2016 e não fizeram nada”, sublinhou.
Nestes casos o que se prevê é que os estudantes fiquem nas unidades de saúde entregues aos profissionais desses mesmos hospitais e centros de saúde. O trabalho do docente é apenas de supervisão pedagógica.
“Uma situação que acontece por tradição há muito tempo”
Em Abril de 2016 a Escola de Enfermagem e a reitoria da Universidade do Minho terão recebido um parecer jurídico que alertava para o quadro de ilegalidade do trabalho que estes docentes estavam a realizar nas instituições hospitalares. Até agora nenhuma resposta. “Esperávamos que houvesse algum tipo de comunicação para chegarmos a bom termo, e chegamos a Janeiro, na iminência de se iniciarem os ensinos clínicos, e nada foi feito”. O sindicato fala em “nove meses de inércia” daí avançar para o pré-aviso de greve entre os dias 6 de Fevereiro e 23 de Junho.