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Distrital do PS Braga irritada com nº2 do partido
A distrital de Braga do Partido Socialista (PS) critica a intervenção da estrutura nacional do partido no processo autárquico do distrito. A distrital do PS Braga, liderada por Joaquim Barreto, recusa por enquanto divulgar o teor de uma moção de repudio que terá sido aprovada há poucos dias.
Ontem, o secretariado distrital esteve reunido e em causa estão escolhas para o processo autárquico em municípios como Barcelos, Fafe ou Vizela.
Segundo o Expresso online desta segunda-feira, “na origem da moção de repúdio, aprovada por unanimidade pelo secretariado e Comissão Política da Distrital do PS/Braga, está o persistente incómodo pelo estilo “posso e mando do PS nacional” em relação à escolha de candidatos em vários concelhos da região, nomeadamente, em Fafe, Barcelos, Amares ou Vizela.
O mesmo jornal escreve que a corda esticou de vez no dia 25 de Abril, quando Manuel Pizarro apareceu como representante de Ana Catarina Mendes num jantar organizado “em nome do partido” pela Câmara de Fafe.
Segundo o Expresso, a moção de censura foi lançada na reunião da federação a 8 de Maio por Joaquim Barreto, “desrespeitado e desconsiderado” ao ponto de “não ter sequer” sido avisado do apoio da estrutura rosa nacional ao jantar de militantes, nem do convite a Manuel Pizarro da secretária-geral adjunta para representar o partido.
“UMA É A AUTORA MORAL DO ABUSO, OUTRO O MATERIAL”
“A que propósito veio o líder da distrital do Porto representar o PS num encontro autárquico da Câmara de Fafe?”, questiona um dirigente da distrital bracarense, afirmando que Ana Catarina Mendes é “a autora moral do abuso” e Pizarro “o autor material da ofensa”.
A moção de censura terá sido entregue ao secretário-geral logo no dia seguinte, mas até agora os dirigentes bracarenses não terão recebido qualquer retorno do protesto. “Um silêncio que faz de António Costa corresponsável e conivente pela inabilidade política da sua nº 2, que já deveria ter sido afastada depois da forma intrometida e trapalhona como atuou no caso de Porto”, refere fonte próxima do deputado Joaquim Barreto.
Na reunião da distrital do PS Braga participaram quase todos os membros da comissão política, entre os quais o ex-deputado Ricardo Gonçalves, António Magalhães, ex-presidente da Câmara de Guimarães, José Ribeiro, líder concelhio de Fafe desavindo com o PS nacional, e Marcelino Pires, ex-governador civil de Braga e pai de Hugo Pires, secretário nacional do PS para a Organização e uma das ausências mais notadas da noite.
O mal-estar em relação a Ana Catarina Mendes, criticada pelo próprio Manuel Pizarro por ter sido politicamente inábil no caso que ditou a rutura Rui Moreira versus PS, tem vindo a crescer e já levou à cisão autárquica em Fafe, Vizela, Barcelos, Celorico de Bastos ou Amares, concelhos com candidaturas independentes consumadas ou em curso.
“Vai ser uma hecatombe num distrito bastião histórico socialista devido à tentação centralista do PS e à rédea solta que o secretário-geral do partido tem dado a Ana Catarina Mendes”, afirma o líder concelhio de Fafe.
José Ribeiro, militante rosa há mais de 30 anos, acusa o atual presidente da Câmara, Raul Cunha, de ter organizado um jantar com o propósito de dividir ainda mais os militantes e simpatizantes do partido local, depois de “ter tomado conhecimento que a concelhia já estava a organizar o jantar de 25 de abril, tal como já acontece há três décadas, aliás o mais participado”.
Em Fafe, desde o outono passado desenrola-se um dos mais turbulentos folhetins de dissidência rosa na corrida autárquica. Raul Cunha, que afirmara não concorrer a segundo mandato se José Ribeiro fosse reeleito na concelhia – como o foi no verão de 2016 -, é o candidato apoiado pelo PS, contra a vontade do poder local.
O processo de recandidatura foi avocado pelo partido após a concelhia ter aprovado por maioria Antero Barbosa, ex-vice de José Ribeiro em dois dos quatro mandatos ao leme do município.
Além disso, segundo o Jornal de Notícias, a gerir o processo autárquico no distrito não está o presidente da distrital Joaquim Barreto, mas sim António Magalhães, antigo autarca vimaranense.
Com Expresso e Jornal de Notícias