Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
Deslocação de moradores do Bairro dos Falcões gera polémica
A Associação de Moradores da Praceta Padre Sena de Freitas, em Maximinos, está indignada com a Câmara Municipal de Braga e a BragaHabit. Em causa está a deslocação de oito famílias do Bairro dos Falcões para este local. Os moradores temem a degradação do ambiente social, alertam que neste momento a praceta não reúne as condições ideais para as famílias que lá vivem e antecipam a criação de um gueto com esta deslocação em massa.
Neste momento o parque de estacionamento não é suficiente, e não existe um jardim e um recinto para que as crianças possam brincar. A segurança é o principal problema temido pela associação de moradores.
Ontem, na reunião de câmara descentralizada que decorreu na junta de freguesia de de Penso S. Vicente, Óscar Esteves foi um dos moradores a confrontar Ricardo Rio com esta situação. “Agora querem colocar mais famílias quando neste momento nem existem condições de habitabilidade para aqueles que lá estão”, começou por contar. Há também registo de várias agressões, tiros, ameaças e viaturas vandalizadas, sobretudo por parte de famílias de etnia cigana. Óscar Esteves foi baleado na praceta onde vive por confrontar um assaltante em flagrante delito. Também o próprio presidente da associação de moradores já foi agredido. As agressões verbais fazem também parte do dia-a-dia, e por mais que a associação de moradores defenda a integração, alerta que muitas das vezes são as pessoas de etnia cigana que rejeitam os restantes moradores.
Pedem que concentrem apenas uma ou duas famílias
O apelo da associação de moradores da Praceta Padre Sena de Freitas vai no sentido de não concentrar as oito famílias do Bairro dos Falcões nesta zona de Maximinos. Óscar Esteves defende que as casas para alugar por parte da BragaHabit não estão apenas em Maximinos e que deveriam ser procuradas habitações em diferentes freguesias. “Eu sou a favor da integração, podem lá colocar uma ou duas famílias, agora não podem colocar dez famílias, isto porque dez famílias de etnia cigana são mais cinquenta pessoas para a Praceta”, defendeu aquele morador.
O presidente da Associação de Moradores, Domingos Vilas Boas fala num “massacre total” que é responsabilidade da BragaHabit e do município e avisa que sem estes futuros moradores já é “muito difícil” lá viver.
“A lei protege-os porque eles não estão bem vão à BragaHabit e rapidamente mudam de casa e eu, que passei uma vida inteira a trabalhar, não tenho essa mobilidade e ainda levo com eles em cima porque me ameaçam a todo o momento”, avisou o presidente da associação, acrescentando que já foi agredido, está em tribunal e está também “ameaçado de morte caso decida seguir para a frente com o Julgamento”. A vida deste morador deu várias voltas, enfrenta neste momento uma depressão e as ameaças já chegaram a mais membros da família. Viu-se obrigado a retirar da escola daquela zona os próprios netos que, constantemente, eram ameaçados pelos filhos destes moradores de etnia cigana.
Contratos já estão celebrados, avisa Ricardo Rio
Apesar dos apelos, o presidente da Câmara Municipal de Braga assegurou que “os contratos estão celebrados” e as oito famílias serão deslocadas do Bairro dos Falcões até ao final deste ano. “Surgiu esta oportunidade com um proprietário que disponibilizou para arrendamento um número de imóveis suficiente, daí ter-se optado por este local. Não é pelo facto de as pessoas serem de uma determinada etnia que nós temos que ter um preconceito em relação às mesmas. Tentamos promover a integração de uma forma abrangente, quanto aos padrões de comportamento que elas irão depois ostentar num novo local de residência, obviamente que tem que ser escrutinado pelas entidades próprias, nomeadamente também em articulação com a câmara municipal”, disse.
O autarca assegurou que a praceta será qualificada e”dotada de condições para que todos sem excepção possam residir em segurança, com conforto e com qualidade de vida”.
Ricardo Rio desmentiu ainda que se tratem de aproximadamente cinquenta pessoas, mas não avançou o número de residentes que serão deslocados com a demolição do Bairro dos Falcões que vai permitir o alargamento do parque dos Transportes Urbanos de Braga, empresa municipal.