Comício de 26 de abril de 1974. Uma festa de e para o povo

Uma festa de e para o povo. É assim que a Comissão de Homenagem aos Democratas de Braga pretende que seja vivido o dia 26 de abril, data do 1º Comício em nome da liberdade na antiga capital moral do fascismo. 

A RUM vai acompanhar o momento, logo a partir das 15h00, com uma emissão especial fora de portas.

A recriação histórica é um projeto com direção artística da Malad´Arte, uma iniciativa organizada pela Comissão de Homenagem aos Democratas de Braga e com a Rede de Escolas no âmbito do Plano Nacional das Artes e inserida nas Comemorações Municipais dos 50 anos do 25 de abril.

“Em Braga as pessoas, na sua maioria, não saíram à rua, a não ser os estudantes e alguns operários”, começou por adiantar o coordenador da Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga, Paulo Sousa. “A maioria do povo saiu à rua no dia 26 de abril, quando sentiu que efetivamente o que tinha acontecido em Lisboa tinha sido um sucesso”, garante.

A encenação terá lugar a partir das 16h00, na varanda do edifício dos Paços do Concelho. Entre as várias pessoas que discursaram para uma Praça do Município cheia esteve apenas uma mulher, Luísa Caeiro que irá participar nesta homenagem.

Contudo, o programa das celebrações arranca 10h30 com a plantação de 50 sobreiros no parque das Camélias por alunos do 1º e 2º ciclo.

Entretanto, a Comissão lançou o seu site oficial onde está disponível toda a programação, sendo que este será uma espécie de “embrião” para um futuro Centro de Estudos da Resistência no Minho. Uma forma de documentar informações relevantes. Atualmente já estão disponíveis quase 80 biografias de homens e mulheres que ajudaram a construir a liberdade.

A encenação histórica contará com 120 elementos. De modo a tornar o momento o mais real possível, está prevista a presença de uma Chaimite e, Tiago Fernandes, dos Malad´Arte, adianta que as escolas estão também a trabalhar em cartazes idênticos aos representados nas fotografias de José Delgado.

São esperadas mais de 2 mil pessoas, na Praça do Município para assistir à encenação, sendo que a maioria das escolas do concelho, desde o 1º ciclo ao secundário passando pelas profissionais, de acordo com a vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, irão marcar presença quer para participar quer para assistir a este momento que não vem nos manuais, mas faz parte da história da cidade. Um momento político, mas também “pedagógico e cultural”, como fez questão de frisar o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio.

A Associação Empresarial de Braga também se irá associar a esta festa da liberdade. A equipa de formação da AEB irá confecionar 100 quilos de bolo para distribuir pelos voluntários. Além disso, serão oferecidas mil garrafas de Favaios, aponta Rui Marques.

Segundo o coordenador da Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga não foram endereçados convites a figuras do Estado ou do Governo, de modo a não retirar as atenções dos verdadeiros obreiros da aurora da liberdade. O programa termina a 2 de maio, com um momento de homenagem a um dos construtores da liberdade, Jorge Miranda.