Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
Cidadãos assinam manifesto em defesa da Rua 25 de Abril
Um grupo de cidadãos bracarenses assinou um manifesto em defesa da Rua 25 de Abril, em Braga, onde está em curso a construção de uma superfície comercial. O documento, da autoria de José Barbosa, José Miguel Braga, Luís Tarroso Gomes e Manuel Miranda, refere que “se tal projecto se concretizar, a vida escolar e urbana de todo este bairro vai ser gravemente afectada pelo trânsito, pelo ruído, pela decadência, pela instabilidade e pela fealdade provocadas por uma superfície comercial de subúrbio, edificada à revelia de qualquer indício básico de bom senso”.
Luís Tarroso Gomes, um dos autores do documento, disse à RUM que a rua “mantém até hoje uma unidade e coerência que é digna de preservar e, acima de tudo, as pessoas sentem-se na cidade, naquele bairro”. O manifesto escrito e disponível online, relembra a história desta zona da cidade. O projecto de urbanização data de 1958, é da autoria do Engenheiro Miguel Resende e previa a construção de edifícios habitacionais. Ao contrário deste projecto, está em curso a construção de uma superfície comercial, que não agrada a muitos bracarenses.
“É acima de tudo uma luta popular, qualquer pessoa, não precisa de ter instrução, não precisa de ter conhecimentos técnicos de urbanismo para perceber que aquele pavilhão não encaixa naquele sítio da cidade”, reitera Luís Tarroso Gomes.
A questão de descontentamento com a obra foi já levada a uma reunião da Assembleia Municipal, a 17 de Fevereiro deste ano. José Miguel Braga e Luís Tarroso Gomes expuseram o assunto, na qualidade de cidadãos participantes. “É um sítio ingrato para não políticos, é dada pouca importância ao período inicial que é dedicado ao público. A Câmara na altura até remeteu a resposta, deixou-a para a meia noite e meia… perdeu-se completamente a lógica de ouvir os cidadãos e, portanto, de ter uma resposta para dar aos cidadãos”, acrescentou.
O autor do manifesto questiona-se sobre o papel da Câmara Municipal de Braga nesta questão, reconhecendo que é certo “que não pode impedir uma superfície comercial de se instalar ali”. “A Câmara diz que apenas pode determinar a configuração urbanística… Então por que é que não impediu que isto acontecesse?”, questiona-se Luís Tarroso Gomes.
O manifesto defende que “é obrigação da Câmara Municipal [de Braga], no uso dos seus poderes, desenvolver negociações com os proprietários no sentido de encontrar uma solução urbanística digna, que se adeque a esta zona nobre da cidade”.
Luís Tarroso Gomes garante que os cidadãos vão continuar a lutar e a discutir sobre a defesa da Rua 25 de Abril.
Há precisamente um ano, outra polémica estalava na vida cívica bracarense tendo como destaque o edifício S. Geraldo e a finalidade prevista para o espaço, numa obra que até agora não conheceu novos desenvolvimentos. A movimentação de cidadãos contra a atitude da CMB foi sempre desvalorizada pelo município liderado por Ricardo Rio.