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Cerca de um terço dos alunos acusa sinais de sofrimento psicológico
Cerca de um terço dos alunos do 2.º e 3.º ciclos acusa sinais de sofrimento psicológico, segundo um estudo sobre a saúde mental e o bem-estar nas escolas portuguesas.
A UNICEF estima que cerca de 20% das crianças e jovens sofrem dificuldades ao nível da saúde mental e acredita-se que um em cada sete jovens, entre os 10 e os 19 anos, sofre de uma perturbação psicológica.
No estudo “Observatório Escolar: Monitorização e Ação | Saúde Psicológica e Bem-estar”, encomendado pelo Ministério da Educação, participaram 8.067 alunos, desde o pré-escolar ao 12.º ano, e 1.453 docentes.
No pré-escolar, cerca de um quarto dos alunos são irrequietos (23,2%) e distraem-se com facilidade (24,9%). O estudo destaca pela positiva o facto de 88,6% destas crianças tem pelo menos um bom amigo.
No 2.º e 3.º ciclos, 25,8% dos alunos sente várias vezes por semana ou quase todos os dias tristeza. No inquérito, 31,8% dos jovens refere sentir irritação ou mau humor e 37,4% nervosismo.
Sobre a qualidade de vida, sete em cada 10 alunos sente-se calmo e tranquilo em pelo menos metade do tempo.
O estudo conclui que mais de metade dos alunos se preocupa muitas vezes com as coisas (58,7%), dois em cada 10 alunos têm dificuldades em fazer amigos (20,5%) e quatro em cada 10 ficam muito tensos quando estudam para um teste (42,7%).
Cerca de 32,9% dos alunos sente, pelo menos uma vez por mês, uma tristeza tão grande que parece que não aguenta.
“Cerca de um terço dos alunos acusa sinais de sofrimento psicológico e défice de competências socioemocionais em pelo menos uma das medidas consideradas, apresentando sinais de sofrimento psicológico a exigir atenção e carência de recursos para lhes fazer face”, explica o relatório do estudo.
Mais de metade dos professores refere que se sentiu nervoso (55,3%), triste (53,4%), irritado ou de mau humor (51,3%), nos últimos tempos.
Cerca de 20% afirma que todas as semanas se sente tão triste que parece não aguentar.
Mais de 48% tem dificuldades em adormecer, todas as semanas ou mais frequentemente.
O estudo aponta que a idade dos docentes, o ambiente escolar e a qualidade da gestão dos agrupamentos de escolas estão associados ao sofrimento psicológico dos professores.
A idade dos docentes e o tempo de serviço “correlaciona-se significativamente” com menos qualidade de vida, mais sintomas de depressão e ansiedade, e menor perceção de apoio por parte da direção da escola e ambiente escolar.
AS RECOMENDAÇÕES:
Debate alargado nos agrupamentos de escolas para definir estratégias de intervenção e planos para a sua implementação e monitorização;
Ações concertadas com as direções dos agrupamentos de escolas;
Mapeamento nacional dos recursos dos agrupamentos escolares, com identificação e disseminação de boas práticas na área da promoção da saúde psicológica;
A monitorização e avaliação regular, a nível nacional, de competências socioemocionais, da saúde psicológica e do ambiente escolar;
A atenção e ações específicas promotoras de um ambiente favorável na escola;
A implementação de programas de prevenção dos riscos psicossociais e de programas de promoção do bem-estar psicológico e da qualidade de vida dos docentes;
A identificação e a otimização da gestão de redes de atendimento na área da saúde psicológica a nível regional e o fortalecimento de redes de psicólogos a nível nacional e regional;
A realização regular de ações de sensibilização e de formação na área da literacia em saúde psicológica;
A promoção dos agrupamentos enquanto “locais de trabalho saudáveis” e respetivos requisitos. Nesta linha, sugere-se a proposta da introdução desta temática na formação inicial
de educadores e professores;
O acompanhamento e monitorização da implementação destas recomendações;
c/ SIC