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CDU trabalha pedido de musealização das Convertidas
“Uma jóia completamente encerrada e a degradar-se de dia para dia em Braga”. É a primeira impressão que fica do candidato da CDU, depois de uma visita ao interior do Recolhimento das Convertidas, situado no coração da cidade, classificado como Monumento de Interesse Público, e propriedade do Ministério da Administração Interna. Nos últimos quatro anos, as paredes exteriores do Recolhimento das Convertidas foram pintadas e o telhado sofreu uma intervenção. Nada mais. Um edifício amplamente discutido na campanha eleitoral de 2013, e que depois “caiu no esquecimento”, na opinião de Carlos Almeida que, apesar de reconhecer que não se trata de um edifício da câmara, considera que “houve falta de iniciativa do executivo”.
Esta sexta-feira, o candidato da CDU à Câmara Municipal de Braga (CMB) visitou o espaço, acompanhado de dois cidadãos que, a título gracioso, procuram preservar o património interior.
“Temos uma jóia completamente encerrada e a degradar-se de dia para dia”, lamentou Carlos Almeida. “Não é só pelo edificado e pelo valor patrimonial e arquitectónico, mas, e se calhar, principalmente pelas histórias que este edifício conta”, continuou o comunista, referindo “o valor social, cultural de uma época que tem que ser contada e que não pode estar fechada a sete chaves como estavam as mulheres que aqui eram recebidas e guardadas naquele tempo”.
Em declarações à imprensa local, o vereador da oposição sublinhou a urgência em reabilitar e musealizar o edifício, e revelou que a deputada comunista Carla Cruz, eleita pelo distrito de Braga, está a trabalhar na apresentação de um projecto de resolução na Assembleia da República (AR), mas que dificilmente será discutido antes das férias legislativas.
“Vamos inscrever a musealização do Recolhimento das Convertidas no nosso programa eleitoral”, começou por assegurar o candidato, sublinhando que a intervenção da CDU “não fica apenas pela câmara”. A deputada Carla Cruz está a trabalhar para “apresentar um projecto de resolução na Assembleia da República, procurar recolher o contributo das restantes bancadas parlamentares para que haja a intervenção, o quanto antes, por parte do Governo, no sentido de musealizar o espaço”.
Com várias críticas dirigidas ao executivo em funções desde 2013, o candidato da CDU recordou os compromissos assumidos com os bracarenses nesta matéria, para depois referir que o executivo de Ricardo Rio “deixou o barco andar”, “degradando de dia para dia” o espaço.
Da reunião e visita guiada com dois bracarenses que cuidam a título gracioso do espaço, Carlos Almeida reconheceu a dedicação daqueles cidadãos e preocupação com o espaço e a sua memória. “Por vezes gastam do seu próprio bolso”, limpando o interior e preservando, dentro dos possíveis aquele património, contou.
“As histórias que aqui se contam são património, são memória que importava valorizar e divulgar ao público”. “Para estas pessoas é uma angústia e uma tormenta cada Inverno que se aproxima, perceber que mais um bocado de parede, mais um bocado de chão, mais um bocado de telhado se degrada, parte”, rematou.