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Bosch acusada de não respeitar direitos
Alguns trabalhadores da Bosch queixam-se de uma carga “demasiado elevada” de trabalho. Esta quinta-feira, depois de uma reunião com a CDU de Braga, a comissão de trabalhadores da empresa fez várias denúncias.
Em declarações à RUM, Maximiliano Pereira denunciou ritmos de trabalho “exageradamente elevados” e apesar de a empresa prever grandes aumentos de produtividade até 2020 “o problema é que não admitem mais trabalhadores”. O porta-voz lembrou as mensagens deixada pela administração que diz querer aumentar o número de trabalhadores para 3000, no entanto “até à data não se tem verificado”. O aumento da carga de trabalho com os mesmos trabalhadores” está a complicar a situação e a provocar problemas de saúde.
Com a pressão física chega também a psicológica. “Temos muitas baixas. É reconhecido pela própria empresa que isso existe, mas não há nada no horizonte para mudar essa situação”, apontou Maximiliano.
Os trabalhadadores queixam-se ainda que a empresa não cumpre com as medidas de apoio à parentalidade. Rosa Maria, da Comissão dos Trabalhores da Bosch referiu um exemplo. “Há uma trabalhadora que aderiu à lei da parentalidade porque não conseguia conciliar o horário dela com os filhos menores e a empresa nega-se a dar um horário compatível com as suas necessidades”. Trata-se de uma funcionária com um historial de depressões e que falta com muita frequência por não ter com quem deixar os filhos. Na opinião dos trabalhadores, a empresa não coloca esta trabalhadora em horários compatíveis “porque não quer”.
Depois da reunião com trabalhadores da Bosch, a cabeça de lista da CDU pelo distrito de Braga criticou a empresa. “Estamos perante uma empresa que vai crescer, mas ao mesmo tempo que cresce assiste-se a um ataque aos direitos dos trabalhadores. Estamos a falar de contratos temporários, de contratos a prazo, de contratos semanais. Uma empresa que recebe imensos fundos de apoios comunitários e portugueses e que não respeita os direitos da maternidade e da parentalidade”, insistiu.
A delegação da CDU não obteve autorização por parte da administração da Bosch para reunir com a Comissão de Trabalhadores dentro das instalações da empresa. Uma rejeição que levou Carla Cruz a fazer um exercício de memória: “recebe sistematicamente muitos políticos, mas sistematicamente fecha a porta ao PCP e à CDU. É uma atitude altamente discriminatória”. No entanto, o fechar de portas não demoveu os candidatos: “encontramos uma forma alternativa que foi à porta da empresa reunir com aqueles que são a mais valia da Bosch, os trabalhadores”.
Recorde-se que só no ano de 2015, a Comissão de Trabalhadores da Bosch já organizou 3 greves.