Barcelos: incêndio pode ser o maior de sempre no concelho

Por enquanto, a Câmara Municipal de Barcelos não vai accionar o plano de emergência municipal tendo em conta o incêndio que nos últimos dias afectou o concelho e que poderá até ser o maior de sempre naquele território. Ainda assim, ao início da tarde, depois de uma reunião entre o autarca barcelense e a comissão municipal da Protecção Civil, o presidente da autarquia de Barcelos passou a ter o poder de decretar estado de emergência a qualquer momento.

No final da reunião no edifício da autarquia, Miguel Costa Gomes explicou aos jornalistas que a decisão desta manhã foi “unânime” e o autarca tem agora poderes para que, se assim entender, “accionar o plano de emergência municipal”. Em relação a ontem, há uma regressão no incêndio que chegou a ter mais de quatro frentes activas, mas, ainda assim, “há riscos elevadíssimos de reactivação”, alertou. Este instrumento permite “requisitar bens privados, se for necessário”, mas também agilizar “questões operacionais” para uma maior rapidez “na resposta”, correspondendo “àquilo que são as necessidades”. O plano de emergência permite ultrapassar burocracias legais que, noutra cicunstância, têm de ser seguidas.

Autarca critica Estado por falta de prevenção

Miguel Costa Gomes criticou a despreocupação constante do estado em relação à prevenção de incêndios. “Muitos destes espaços são do próprio estado. A lei tem que ser muito mais ágil em função da limpeza que é necessária”, referiu. Para além disso, o autarca assinalou que “há muitas propriedades privadas que são hoje focos de combustível muito grandes”. Defendo uma disciplina diferente dos próprios cidadãos na prevenção e limpeza dos respectivos terrenos, Miguel Costa Gomes acrescentou que, “do ponto de vista da legalidade é preciso que a administração central também crie instrumentos ágeis aos municípios para poder intervir rapidamente”.

Incêndio deste Verão pode ser o maior de sempre no concelho

O incêndio que lavra no concelho de Barcelos há vários dias já terá consumido mais de dois mil e quinhentos hectares de terreno, onde duzentos homens permanecem no combate às chamas esta terça-feira. Os bombeiros que combatem este fogo no concelho de Barcelos chegaram de diferentes pontos do país até porque nos arredores de Barcelos os bombeiros encontram-se também no combate a diferentes incêndios.

Apesar de ainda não estar contabilizado, Licínio Santos, responsável pela Comissão Municipal da Protecção Civil, 

adiantou que “poderá chegar aos 3 mil hectares”. Ainda assim, “só depois de fazer o levantamento com todas as circ~unstâncias” terão números finais. Em 2006 Barcelos, um incêndio de grande dimensou queimou mais de 2500 héctares o que leva a protecção civil a levantar a possibilidade de que este ano a área ardida seja ainda maior. Ao início da tarde o incêndio estava “dominado”, mas existem “pequenos focos”, daí que duzentos bombeiros permaneçam no local. Segundo Licínio Santos, “uma reactivação será um incidente muito mais violento do que aquele que aconteceu. A seca que existe, tempo muito quente, combustível seco pelas temperaturas, deixando o aspecto de dúvida criminosa, uma reactivação é de uma violência tremenda”, sublinhou aquele responsável.

O autarca de Barcelos aproveitou a presença dos jornalistas esta tarde para agradecer aos bombeiros, mas também à população que tem estado a ajudar de diferentes formas no combate às chamas. Segundo o autarca, várias empresas manifestaram solidariedade cedendo máquinas para o terreno.

A autarquia em conjunto com instituições, populares e empresas está também ao lado dos bombeiros no apoio constante através do fornecimento de refeições.