Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
Associação do Têxtil pede “bom senso” ao Governo
Durante o seu discurso, na abertura do Fórum da Indústria Têxtil sobre “Novos Modelos de Negócio para a Fileira Têxtil e Moda”, que decorreu em Vila Nova de Famalicão, Paulo Melo apontou várias críticas à actuação do Governo, apontando, entre outras, o aumento dos salários e a reposição dos feriados.
“A simples reposição de quatro feriados pode determinar a perda de 200 milhões de euros de exportação deste sector, para as empresas e para o país. Ou o aumento do salário mínimo, muito para lá do que as condições da economia permitem, pois implica aumentar mais de 5% não apenas as categorias mais baixas, mas todas as restantes em cadeia”, afirmou.
Confrontado à saída pelos jornalistas, Paulo Melo frisou que o sector “pode crescer muito mais”, desde “que haja bom senso e que pensem” na competitividade das empresas.
“Nos últimos dois anos já tivemos dois aumentos nos salários. Ora se aumentamos os salários também devíamos aumentar os preços e a maior parte das vezes isso não acontece. Os custos acabam por ser suportados pelas empresas e elas passam a ser menos competitivas. E isso é que não pode mesmo acontecer”, afirmou.
Confrontado com estas declarações, Manuel Caldeira Cabral disse não ter ouvido “críticas” no discurso do presidente da ATP e garantiu que “não houve neste Governo nenhuma reversão de políticas”. Aliás, o ministro da Economia serviu-se dos números que Paulo Melo apresentou durante o seu discurso para realçar “ momento bastante positivo que o sector hoje vive”.
“Penso que o que o presidente dos têxteis aqui fez foi um elogio ao sector e ao crescimento que está a ter. Não houve neste Governo nenhuma reversão de políticas, nem ouvi essas críticas. Os números comprovam isso mesmo. Houve aumento do emprego e se há aumento do emprego, é porque algo está a correr bem neste sector. Se calhar, muitos dos que diziam que o sector estava a ter problemas, ou que algumas medidas como aumento do salário mínimo iriam trazer problemas, são os dados das exportações que desmentem esses problemas”, disse o governante.
“Um Orçamento do Estado de equilibrio e de contenção”
Na parte final do seu discurso, Manuel Caldeira Cabral, disse que estamos perante uma proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) “de equilíbrio e contenção”, que “garante a continuação de um processo de consolidação”.
“O Governo demonstrou bem este ano com os resultados que conseguiu o empenho na redução do endividamento que vai continuar com os objetivos a que se propõe para 2017”, referiu.
No entanto, o ministro admitiu que o OE2017 não permite “aumentar gastos socialmente desejáveis” nem uma redução fiscal também “eventualmente desejável”.
“Esse processo é exigente e não permite, nem aumentar todos os gastos que seriam por ventura socialmente desejáveis, nem ter uma intervenção de apoio às empresas e de redução fiscal, como seria também eventualmente desejável. Exige contenção. Exige responsabilidade. É importante olhar para este OE como um orçamento de equilíbrio, um orçamento de contenção mas que não esqueceu as empresas”, disse.
Ainda assim, as empresas não serão esquecidas neste orçamento. Entre as várias medidas enunciadas, encontram-se programas como a “recuperação do IVA nas importações” destinado às empresas exportadoras, “o Capitalizar” dedicado às empresas que têm dificuldades, o “alargamento do crédito fiscal ao investimento”, entre outras.
Sector do Têxtil está de boa saúde e recomenda-se
Também durante a sua intervenção, Manuel Caldeira Cabral fez questão de salientar “o momento bastante positivo” por que atravessa o sector.
Segundo o ministro da Economia, o sector teve um crescimento de 16% das suas exportações, em Agosto, em comparação com o período homólogo.
“E acumula desde o início do ano um crescimento de 6%, sendo um dos sectores que está a dar um contributo grande no acelerar do crescimento económico no país. Portugal começou o ano com um crescimento de 0,2 em cadeia, tendo no segundo trimestre atingido um crescimento de 0,3″, acrescentou.