Artur Feio quer “romper com o passado recente” do PS Braga

Artur Feio, de 38 anos, militante socialista e candidato à liderança da J.F. de S. João de Souto em 2009 vai candidatar-se à liderança da Comissão Política Concelhia socialista em Braga. Não quer adiantar muitos pormenores do plano trilhado para as eleições internas de 9 de Julho. mas já fez saber que quer “romper com o passado recente socialista”, onde se incluem Mesquita Machado ou Hugo Pires. O histórico socialista, que tomou as rédeas da concelhia com a saída de Hugo Pires para a Assembleia da República, tinha há dois meses apelado aos jovens socialistas para que se apresentassem com projectos à nova liderança, e o repto parece mesmo ter sido ouvido: para já são dois os candidatos assumidos aos microfones da Rádio Universitária do Minho, primeiro Rui Dória, agora Artur Feio, mas Miguel Corais também não descarta essa possibilidade.

Em declarações à RUM, Artur Feio assume estar de regresso à vida activa política do partido por não se rever na postura dos representantes actuais. O projecto que lidera visa “devolver o partido às bases, às freguesias”, até porque este conjunto de militantes quer “quebrar com o passado recente do Partido Socialista”, esclareceu.

O candidato socialista refere que muitos dos presidentes de juntas de freguesia socialistas “sentem o afastamento, que não têm uma voz correspondente dentro do partido que seja capaz de ouvir e perceber os problemas das freguesias”.

Actual vereação socialista é “desorientada”

Numa avaliação ao trabalho dos vereadores do PS na oposição, Artur Feio afirma que o grupo liderado  por Hugo Pires demonstra uma atitude “desorientada e desvirtuada daquilo que é a necessidade real de uma oposição séria, continuada e convicta”.

Analisando o papel de Ricardo Rio enquanto autarca desde 2013, Artur Feio considera que Rio “tem feito pouco ou nada, e o que tem feito é bastante criticável”.

Erro da candidatura de Rui Dória é não romper com o passado

Nesta corrida à concelhia socialista Artur Feio vai encontrar, pelo menos, Rui Dória, que conta com o apoio de alguns históricos socialistas, nomeadamente Mesquita Machado. É precisamente neste apoio onde surge a primeira crítica. Artur Feio considera a ligação a militantes como o antigo autarca bracarense “o maior erro”, defendendo que os socialistas devem ser “mais acutilantes” na forma como rompem com o passado do partido.

E se Rui Dória já garantiu que não está disponível para posteriormente se apresentar como candidato nas autárquicas de 2017, Artur Feio afasta, por enquanto, essa possibilidade, mas não fecha a porta. À RUM sublinhou que o primeiro objectivo da equipa é “pensar e reorganizar o partido”, até porque “só com uma boa base do partido é possível pensar sobre as autárquicas”. Por enquanto deixa uma garantia: “não tenho neste momento pensada a possibilidade se serei, se não serei ou se deixarei de ser candidato” às autárquicas de 2017.