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Arquidiocese de Braga recupera espólio de Padre Borda em alfarrabista de Esposende
São perto de um milhar de documentos, alguns inéditos e originais, que vão desde manuscritos, obras, partituras ou revistas de música sacra. Pertenciam a Manuel Faria Borda, pároco que contribuiu para a criação de cânticos litúrgicos em português, a partir de 1965. Natural de Fão, concelho de Esposende, o pároco, compositor e regente de coros, viria a falecer em 1992 e a sua obra “estava prestes a perder-se”. Foi recuperada pela Arquidiocese de Braga, num alfarrabista de Esposende. “Foi um historiador de Esposende que nos alertou para a situação e, assim, não se perdeu”, afirmou D. Jorge Ortiga, na apresentação do espólio à imprensa, esta terça-feira.
O espólio, que inclui 115 manuscritos, 75 obras completas, 250 partituras impressas, 221 obras impressas e 435 revistas de música sacra, custou à Arquidiocese “cerca de dois mil euros”.
O cónego José Paulo Abreu considera esta aquisição um “tributo a um dos muitos compositores de Braga”, que foi “uma escola de grandes músicos”. O também presidente do Instituto de História e Arte Cristã da Arquidiocese de Braga quer, agora, atualizar os conteúdos presentes no “dicionário da história da música portuguesa e no livro sobre a história da música em Braga, que vem até à década de 60”, “Falta trazer a história até aos dias de hoje e atualizar o dicionário”, que é mais biográfico, com algumas notas bibliográficas.
Segundo o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, o Departamento de Música Sacra da Arquidiocese vai analisar o espólio para posterior publicação de músicas inéditas.
“Empenhada na promoção da Cultura”, a Arquidiocese, afirmou o arcebispo, quer avançar, “logo que passe a pandemia”, para um projeto “já aprovado” de instalar uma biblioteca e o arquivo diocesano nas antigas instalações do Diário do Minho, na Rua de Santa Margarida.
O projeto só não avançou o ano passado devido à pandemia e às consequentes quebras de receitas, resultantes do fecho das igrejas.
Além disso, a Arquidiocese pretende que este seja um espaço aberto ao público e que acolha “documentos dispersos em confrarias, paróquias, residências paroquiais” que se consigam recuperar. “Será um depósito, não nos queremos apropriar de nada”, frisou D. Jorge, esclarecendo que o objetivo passa por ter “unidades distintas para o espólio ou bibliotecas particulares de sacerdotes que se tenham evidenciado nas artes”.