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Antiga Confiança marca última reunião do mandato
Em Braga, a última reunião de câmara do mandato ficou marcada por um assunto que não constava na ordem de trabalhos: o futuro da antiga Fábrica Confiança. O imóvel tinha sido adquirido pelo município no último mandato de Mesquita Machado por 3,5 milhões de euros, num negócio levado a cabo por Ricardo Rio (na altura, vereador da oposição) e Vítor Sousa (vice-presidente de Mesquita Machado). Passados quatro anos, a antiga Confiança continuou a degradar-se e a autarquia alocou todas as verbas de fundos comunitários que assegurou para a requalificação do PEB.
Nas últimas semanas a hipótese de alienação do edifício foi admitida publicamente pelo actual presidente, e esta segunda-feira Carlos Almeida, vereador da CDU, confrontou e desafiou Ricardo Rio a explicar aos bracarenses o desfecho mais provável para a antiga saboaria.
Sem fundos comunitários, o executivo liderado por Ricardo Rio admite que a requalificação da antiga Confiança não está nos primeiros lugares da lista de prioridades para investimentos mais significativos. Ainda assim, faltam poucos dias para o final do mandato, e por isso, o actual autarca, diz apenas que este é um assunto para resolver depois. “Temos que nos confrontar com todas as prioridades que temos pela frente e gerir os recursos disponíveis. No novo quadro, o volume de recursos foi esgotado com outros projectos. No actual cenário não há meios para fazer essa reabilitação, e há, pelo contrário, interesse de vários investidores para operações de vária natureza”, começou por admitir aos jornalistas. Ricardo Rio reitera que “a criação do núcleo museológico da Confiança e manutenção da componente arquitectónica serão cláusulas irrevogáveis de um eventual processo de alienação”.
O autarca social democrata sublinhou que “é preciso perceber a evolução do quadro comunitário” – a reabilitação deveria custar aos cofres municipais quatro a cinco milhões de euros – reafirmando que no caso concreto e numa lógica de prioridades “é muito mais importante pegar nos 4 milhões de euros que poderá render a Fábrica Confiança e investi-los nas Sete Fontes”.
Carlos Almeida acusa Ricardo Rio de já estar comprometido com promotor para alienação da antiga Confiança
Para o vereador da CDU as declarações de Ricardo Rio sobre a antiga Fábrica Confiança signficam que “uma das medidas que irá tomar caso seja reeleito é a alienação” daquele património. Carlos Almeida foi mais longe nos alertas, referindo que os partidos, agentes culturais e sociedade em geral que na altura se uniram na defesa da aquisição daquele edifício “vão ser traídos pelo presidente da câmara Ricardo Rio”. A possibilidade de alienação na óptica da CDU “é uma traição absoluta”.
Depois de ter desafiado Ricardo Rio a assumir que vai concretizar a venda no próximo mandato, caso seja reeleito, Carlos Almeida deixou uma mensagem aos bracarenses: “que ninguém tenha ilusões, hoje Ricardo Rio sabe a quem vai vender a fábrica Confiança”.
PS recorda mobilização ‘histórica” de Braga em torno da Confiança e critica Ricardo Rio
Os vereadores do Partido Socialista assinalaram esta manhã que o processo de aquisição da Confiança “foi dos que mais juntou a sociedade bracarense e os partidos” e que “hoje, em tom de gozo, Ricardo Rio disse que mantém o edifício sob alçada municipal até ao fim do mandato” por faltarem poucos dias. Liliana Pereira afirmou que deve ser “motivo de preocupação” aquilo que Ricardo Rio disse esta manhã ao referir que caso seja reeleito terá “legitimidade para alienar a antiga Confiança”, porque consta como uma possibilidade no programa eleitoral que apresentou aos bracarenses.