Acesas promove visitas sobre 25 de Abril em Braga

Visitar a “cidade santa” da revolução dos cravos é a proposta da Acesas, um grupo de intervenção cultural bracarense que se tem dedicado, de forma particular, à promoção de visitas guiadas pelo centro histórico de Braga. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos com o objectivo de promover o desenvolvimento cultural. Criada em 2007 por estudantes, é ainda hoje uma associação activa e que procura, em projectos próprios ou através de parcerias e apoios, ajudar no desenvolvimento cultural, intelectual e até social da comunidade.

No mês da Liberdade, a Acesas não deixa passar ao lado a época onde se relembram os valores de Abril e os principais acontecimentos antes, durante e depois da revolução. O desafio chama-se, por isso, ‘Braga: Ditadura e Liberdade’. O grupo de voluntários que compõe a Acesas decidiu promover uma maratona de visitas guiadas, e grátis, por vários pontos de referência da cidade. Uma “viagem” para turistas, mas, sobretudo, para bracarenses.

À RUM, André Carvalho contou que a ideia é “tentar fazer perceber as pessoas de que a história não pode ser esquecida, nem apagada nem reescrita consoante gostos pessoais ou políticos”. Chega assim a oportunidade de Braga “com uma profunda ligação com todo este período de cinquenta anos entre a ditadura e a liberdade”, levar as pessoas a conhecer os diversos espaços, mas também as pessoas e o modo de vida que a cidade teve durante esse periodo”, explicou André Carvalho.

As visitas dedicadas especialmente ao 25 de Abril decorrem a partir deste sábado e até à segunda-feira da semana seguinte. O ponto de encontro acontece na entrada lateral da Sé de Braga e segue depois por diferentes pontos de interesse. O início junto à Sé de Braga não se dá ao acaso. André refere a razão está na “óbvia ligação que no pós 25 de Abril (a Igreja de Braga) teve na altura do verão quente com o cónego Melo”. Segue depois para o Pópulo, local de onde saiu o General Gomes da Costa em direcção a Lisboa “na altura do 28 de Maio de 1926 que acabou por implementar a ditadura em Portugal”. Uma visita que refere ainda Salgado Zenha, “bracarense extremamente importante no processo de democratização da cidade” e que passa ainda pela antiga sede do PCP, que na altura do verão quente foi atacada.

“Dar a conhecer o espaço e as pessoas de Braga ligadas a este período” é um dos objectivos primordiais. André Carvalho conta que as vivências e a forma como os diferentes sectores da sociedade bracarense reagiram e viveram durante o período da ditadura são outros pontos a “explorar”, até porque em Braga “sempre houve os dois lados da história”.

As visitas decorrem de 23 a 30 de Abril. O ponto de partida acontecerá diariamente, às 15h00, junto à porta lateral da Sé de Braga. Para participar não é necessária qualquer inscrição. As actividades são promovidas pela Acesas, um grupo de intervenção cultural em Braga.

Mais informações na página Free Walking Tour Braga ou no blog .