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ABIC critica governo por alimentar precariedade de investigadores com aulas na escola pública
A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) acusa o Governo da Aliança Democrática (AD) de se aproveitar da precariedade dos bolseiros para tentar colmatar um dos problemas da escola pública, – falta de professores, – avisando que não vai aceitar a proposta apresentada pelo ministro da educação, ciência e inovação, Fernando Alexandre.
O governo pretende pagar dez horas de aulas semanais a investigadores que aceitem ajudar a colmatar a falta de professores no ensino obrigatório. Ora, a presidente da ABIC critica a opção, antecipando o prolongamento da precariedade na investigação científica em Portugal. Ouvida pela RUM, a investigadora refere que os problemas dos professores “não se resolvem sem uma negociação séria” e as medidas agora anunciadas “dão um sinal de que não há espaço para a negociação”. Sofia Lisboa alerta que “não se sabe quantos vão estar interessados em dar dez horas de aulas, uma coisa pouco realista”, antecipando “um impacto muito negativo para os bolseiros” já que “alimenta uma situação de precariedade” dos bolseiros que “não são vistos como trabalhadores”.
“A investigação que desenvolvem não é reconhecida como trabalho, não têm o mínimo dos direitos laborais e agora vamos pegar neste grupo, fragilizado desta forma, para resolver um problema da escola pública. Portanto, é uma medida que não tem qualquer ponto de possibilidade de aceitarmos”, avisa.
O ministro da educação, ciência e investigação, Fernando Alexandre, é docente universitário, o que demonstra também “uma posição ideológica” de Fernando Alexandre, na ótica de Sofia Lisboa. Para a ABIC, o anúncio do governo mostra que “os precários vão servir sempre para colmatar as necessidades e vão ser sempre as pessoas mais fragilizadas e em condições de aceitar qualquer coisa”, finaliza.