Menu

RUM Social

Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio

A ficção e o real em “Pátria”, peça em estreia na Casa das Artes

Um e-mail atravessou o Atlântico e, de Portugal para o Brasil, nascia a primeira semente de “Pátria”, peça que estreia esta Sexta-feira na Casa das Artes de Famalicão. É uma co-produção entre a própria Casa das Artes e a companhia de teatro A Turma e surgiu a partir de um convite feito do encenador Manuel Tur ao autor Bernardo Carvalho, nome maior da literatura contemporânea brasileira. 


“Li um romance do Bernardo e decidi escrever-lhe. Enviei-lhe um e-mail e, sabendo que não o conhecia de sítio nenhum, sabia que era difícil obter resposta. A verdade é que um dia abro a minha caixa de e-mail e tinha lá a resposta: foi uma agradável surpresa”, revela, à RUM, o encenador.

A partir daí, Bernardo Carvalho resgatou um velho esboço e, em conjunto com a produção d’A Turma, começou a trabalhar naquilo que agora ganha corpo e luz na peça “Pátria”. O texto, revela Manuel Tur, revela a história “de um homem só, que está num apartamento, e que narra, num monólogo, a sua vivência como alguém que é refugiado e denunciado por outrém”

O personagem, interpretado aqui por Pedro Almendra, vai narrando a sua história, entre dogmas e desdizeres. O espectador é confrontado, no decorrer da peça, entre o real e o ficcionado. “Percebe-se que, na verdade, ele pode não ser tão inocente, nem solitário, como diz ser“. O espectador revê-se no texto, acredita o encenador, “porque, e como diz a personagem, de tanto se dizer uma história acaba-se por acreditar nela“.

A composição de Bernardo Carvalho, adianta Manuel Tur, é “intemporal” e não remete à actualidade, onde a percepção entre o que é verdade e o que é mentira é cada vez mais difícil de interceptar. “A pátria – conceito muitas vezes presente nas palavras do personagem – pode ser qualquer uma, o tempo não existe, e não há qualquer paralelismo com o tempo de agora”.

Cenário inspirado em pinturas de Hopper

“Pátria” apresenta em palco o monólogo de uma personagem que não tem nome ou país. O protagonista fala com as paredes e com as plantas, dispostas naquilo que o encenador do espectáculo considera ser “um anexo de um apartamento, que pode ser uma estufa ou viveiro de plantas”. O cenário aposta no jogo de luzes e sombras, inspirado nas pinturas do realista norte-americano Edward Hopper. 


É um espaço acolhedor, e a luz, inspirada no Hopper, oscila muito entre o claro e o escuro. O personagem, entre as cores das plantas ou do seu próprio figurino, ou está muito camuflado ou está muito iluminado”.

“Pátria” está em cena às 21h30 de Sexta-feira e Sábado na Casa das Artes de Famalicão e os bilhetes podem ser adquiridos aqui. A peça segue depois para Gaia e no próximo ano para Lisboa.

Partilhe esta notícia

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem