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‘Manifesto de Braga’ quer ser um pacto para o futuro das cidades
Promover a inclusão da cultura nas políticas públicas, valorizar o bem-estar, possibilitar a adaptação à digitalização e às transformações urbanas. Estes são alguns dos objetivos presentes no ‘Manifesto de Braga’, que foi aprovado esta terça-feira, no Forum Braga, durante a 16ª Conferência Anual da Rede das Cidades Criativas da UNESCO, que decorre até sexta-feira na cidade dos arcebispos.
O documento baseia-se nas prioridades delineadas na Declaração MONDIACULT 2022 (declaração dos Ministros da Cultura dos Estados Membros da UNESCO) e defende a cultura como um objetivo autónomo na agenda internacional de desenvolvimento pós-2030. Trata-se de um manifesto que agrega “visões muito convergentes das cidades” para que a cultura seja considerada algo crucial para uma estratégia de desenvolvimento sustentável, como ressalta o presidente da Câmara de Braga. Ricardo Rio sublinha que todas as cidades criativas e organizações e entidades representadas durante o evento “entendem que a cultura possa ser autonomamente um objetivo de desenvolvimento sustentável quando for feita a revisão dos Objetivos das Nações Unidas até 2030”.
Em muitos casos, recorda, já existem políticas públicas voltadas para a cultura ao nível territorial, porém, agora, “é preciso escalar para uma perspetiva mais global”. Durante os debates desenvolvidos ao longo da Conferência, Ricardo Rio enfatiza que foram apresentados diversos exemplos de territórios que investiram na cultura como um fator de bem-estar e de promoção de qualidade de vida para os cidadãos. “Um território onde a cultura é um valor essencial, torna-se mais atrativo até do ponto de vista económico”, admite.
Documento deve “encorajar os governos a ver a cultura como um direito humano fundamental”
O diretor-geral adjunto para a Cultura da UNESCO acredita que o momento é ideal para reforçar o quão importante é “colocar a cultura em discussão como um objetivo de um plano de desenvolvimento sustentável”. Ernesto Ottone ressalta também que é essencial que, agora, “cada um faça esse trabalho ao redor do globo”.
Já para a Vice-Presidente da Câmara para a Cultura e as Indústrias Criativas de Londres, o documento vai “encorajar os governos a ver a cultura como um direito humano fundamental”. Justine Simons refere que o ‘Manifesto do Braga’ deve construir uma aliança para “deslocar o poder transformador da cultura para um mundo mais pacífico e próspero”.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Elsa Moura