Vaudeville Rendez-Vous leva arte circense para teatros e espaços convencionais

Valorizar a produção circense em todos os espaços. É este o objetivo da edição de 2024 do Festival Vaudeville Rendez-Vous apresentado, esta quarta-feira, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão.

Entre 16 e 20 de julho, há para ver 15 espetáculos, com mais de 20 apresentações que se juntam a oficinas e momentos de partilha nos espaços de Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. Entre os destaques da programação, há oito estreias nacionais e a presença, pela primeira vez, em teatros e espaços convencionais. Uma mesa redonda intitulada ‘10 anos +’, vai trazer profissionais da cultura, artistas e dirigentes para debater o que tem sido feito para o circo e as artes de rua em Portugal.

O festival, que chega à sua 10ª edição, deve perguntar-se o que “quer agora e também para o futuro”, reflete o responsável pela programação. Bruno Martins quer “mudar a ideia preconcebida” de que o circo deve estar “relegado ao espaço público”, e demonstrar que pode “estar em todo o lado”. “Foi isso que fizemos este ano, uma programação também em sala”.

Este teste irá contar com três estreias nacionais: ‘Masha’, da Cia Palimsesta, que se apresenta no gnration, em Braga; ‘Cá entre nós’, da companhia Doisacordes, no Theatro Gil Vicente, em Barcelos; e ‘Le Repos du Guerrie’, de Edouard Peurichard, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, que “é um espetáculo autobiográfico, com fragmentos de criações passadas”, destaca Cláudia Berkeley, programadora do festival. Já a Casa das Artes, em Famalicão, recebe o espetáculo ‘Blue’, de Margarida Monteny. De frisar que os quatro foram “laureados na Circus Next”, ressalta, uma plataforma europeia que visa o apoio à criação de artistas emergentes, “cujas criações se destacam pela experimentalidade e inovação”.

Cultura deve “servir de exemplo para outras áreas do ponto de vista regional”

As próximas edições do Festival Vaudeville Rendez-Vous vão contar com um reforço de orçamento. Na passada sexta-feira, os quatro concelhos assinaram um acordo para ampliar o valor de contribuição para a realização do festival. Cada concelho passa a destinar 45 mil euros anuais, um esforço de mais cinco mil euros face a edições anteriores.

O vereador com o pelouro da cultura de Guimarães sublinha que isto demonstra que “enquanto os quatro municípios do quadrilátero estiverem de mãos dadas, serão capazes de aumentar seu o potencial e atividade cultural”. Paulo Lopes Silva alerta ainda para que esta união “levante uma reflexão sobre os próximos 10 anos da programação” em cada município. “Isso deve servir também de exemplo para várias outras áreas em que vamos colaborando do ponto de vista regional”, reflete.

Já presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão afirma que o Festival é “um dos grandes responsáveis pela criação de uma nova linguagem de programação artística no país”. Mário Passos ressalta que este modo de fazer “incorpora muito a ideia do empreendedorismo e a inovação cultural”.

A vereadora de Braga, cidade que será Capital Portuguesa da Cultura em 2025, lembrou que o concelho tem a cultura “como um pilar do desenvolvimento sustentável”. Olga Pereira recordou que o festival assume uma “importância especial” e “favorece a atração de público ao centro das cidades”.

Neste mesmo sentido, a vereadora da cultura de Barcelos lembra que o festival vem colmatar a falta de iniciativas culturais no concelho. Para Elisa Braga, é preciso alimentar e fazer desenvolver este tipo de arte. “Vamos levar o festival para lugares improváveis, porque a arte circense e toda a arte deve ser inclusiva”, conclui.

A programação completa pode ser encontrada no site oficial.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista