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Há 20 mil portugueses com Parkinson e ULS Braga testa tratamento inovador
Há cerca de 20 mil portugueses que sofrem de Parkinson e o número de casos tem vindo a aumentar de forma significativa. Em Braga, a Unidade Local de Saúde (ULS) iniciou um tratamento pioneiro para a doença em estado avançado, a Duodopa subcutânea.
Margarida Rodrigues é médica neurologista e acompanhou a primeira doente com esta patologia a quem foi administrado o fármaco. “Este é um tratamento que, na verdade, a maior diferença que tem para os tratamentos que já temos disponíveis é a administração subcutânea daquele que é um dos melhores tratamentos para tratar a doença de Parkinson e que até agora só estava disponível para aplicar oralmente, ou seja, por comprimidos, ou através de uma sonda diretamente ligada ao estômago”, explicou.
Os doentes de Parkinson em estadio avançado sofrem de “flutuações motoras”, ou seja, “mesmo tomando a medicação o doente vai sentir oscilações no seu estado físico, durante o dia, fica mais lento, a tremer, e vai ter que tomar mais vezes a medicação para tentar combater esta flutuação”.
Este tratamento, tratando-se de uma perfusão que se administra ao longo de 24 horas, “evita estes momentos off, em que a medicação atua menos bem”.
A Parkinson afeta, sobretudo, pessoas acima dos 50 anos, com maior incidência entre os homens.
“Apenas uma percentagem muito pequena de casos é hereditária, portanto a maior parte não têm uma causa identificada”, explicou Margarida Rodrigues.
A forma mais eficaz “para diminuir o risco é o exercício físico”. Os sintomas mais facilmente identificados são “a lentidão de movimentos, ou seja, a pessoa começa a sentir, por exemplo, uma perna a arrastar ou pode começar a sentir que um braço é menos ágil do que o outro, pode surgir também tremor, mais de um lado do corpo, e uma certa prisão muscular”.
Segundo a neurologista, esta é “uma doença que tem vindo a afetar cada vez mais pessoas”. “Não conseguimos explicar o aumento da prevalência da doença de Parkinson apenas pelo envelhecimento da população”, adiantou Margarida Rodrigues, apontando “a exposição a pesticidas” como possível causa para uma parte deste aumento.
“A doença de Parkinson é uma doença degenerativa, que infelizmente ainda não tem cura, mas tem vários tratamentos disponíveis que são muito eficazes”, finalizou.