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“Avenidas de Braga têm mais que capacidade para bicicletas” – Mário Meireles
As principais avenidas por onde vai passar o Bus Rapid Transit (BRT) vão ter ciclovias, uma medida aplaudida pela Associação Braga Ciclável que considera que a cidade passará a ter “uma rede que vai transformar a mobilidade e permitir a muitas pessoas passarem a ter a bicicleta como modo de transporte”. A convicção é manifestada pelo presidente da associação, Mário Meireles, em entrevista à RUM.
O responsável, utilizador diário de bicicleta, refere que tendo em conta a dimensão das avenidas “é possível” e a disponibilidade política “também existe”. “Aguardamos agora pelo estudo prévio, porque se no lançamento do concurso disseram que queriam ciclovias no estudo prévio, agora no estudo prévio certamente que surgirão essas ciclovias bem desenhadas”, afiançou quando questionado a propósito das primeiras duas linhas para a introdução do BRT na cidade.
Este é apenas um dos pontos das exigências de quem utiliza diariamente a bicicleta e para muitos que alegam estar impedidos de o fazer por falta de vias e de condições de segurança para deslocações dentro da própria cidade.
Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, Avenida 31 de Janeiro, Avenida João XXI, Avenida João Paulo II e Imaculada Conceição são zonas onde a Braga Ciclável defende a introdução de ciclovias seguras para habitantes da cidade.
Município de Braga tem feito “algumas obras” mas “falta muito para cumprir o que prometeu fazer até 2025
O presidente da Associação Braga Ciclável não nega que o município tem feito “algumas obras e investimento na questão infraestrutural”, dando como exemplos a Avenida da Liberdade, a renovação da Encosta de Lamaçães, um troço no Fojo e a Av. António Palha, “mas falta a conexão e muito mais para o que havia sido prometido para 2025, que é já para o ano”.
O sentimento de insegurança é transversal para quem anda de bicicleta ou gostaria de o fazer. Mário Meireles lamenta que se continue a ver “muito desrespeito pelas regras de trânsito, muita gente acima dos 50km/permitidos em avenidas em pleno centro da cidade”. Na rotunda das Piscinas da Rodovia, exemplifica, “qualquer pessoa que passe a pé ou de bicicleta percebe o quão mau aquele desenho urbano é”. Sustenta que “é necessário haver uma redistribuição do espaço e uma humanização das avenidas para que todos possam ter lugar”, afastando apreciações de que “a partir de agora o carro não vai ter lugar”.
Nesta mesma entrevista à Universitária, lamenta que além de poucas vias cicláveis, as mesmas “estejam desconectadas”. Com 10km de ciclovias na cidade, a coligação Juntos por Braga assumiu o compromisso de atingir até 2025 os 76km.
“Sabemos que dentro dos 140 mil habitantes da zona urbana, 55% das deslocações feitas de carro são até 3km, portanto, a infraestrutura é fundamental para que as pessoas se sintam convidadas a usar um determinado modo de transporte, neste caso, a bicicleta”, sugere.
Recentemente, a Associação Braga Ciclável reuniu com a vereadora com o pelouro da Mobilidade, reivindicando também uma “ligação segura entre o centro histórico e a Universidade do Minho”, um serviço de bicicletas partilhadas de cariz público. “A Associação não pode mexer na infraestrutura, temos vindo a mexer nas questões de sensibilização comportamental”, reconhece. Entre as 40 reivindicações apresentadas ao município na última reunião constam as pistas cicláveis nas avenidas, aumento da rede de estacionamento e convivência pacífica na zona pedonal, assim como um sistema de bicicletas partilhadas integrado com os Transportes Urbanos de Braga em que o mesmo passe permitisse à população ter um sistema complementar.
Há uma petição online lançada pela Associação Braga Ciclável que deverá em junho ser apresentada pela associação na Assembleia Municipal.