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Partidos questionam real impacto de adesão de Braga a redes internacionais
A Assembleia Municipal de Braga aprovou, na última reunião de caráter extraordinário, a adesão do Município a mais duas redes internacionais, uma delas relacionadas com a promoção de investimentos para os utilizadores de bicicletas na cidade. Ainda que os partidos da oposição não tenham votado contra as propostas, alguns deputados, nomeadamente Bruno Machado, deputado municipal eleito pela Iniciativa Liberal, alertou para a necessidade de o município assumir se adesões como a que esta sexta-feira foi votada, para a integração na Rede Cities Regions for Cyclists, da European Cycling Federation, “representam alguma mudança de fundo no papel atribuído à mobilidade ciclável em Braga”. O deputado foi mais longe, assinalando que a adesão a esta rede pressupõe três condições, entre elas, “colocar a bicicleta no centro das práticas de planeamento urbano, desencadeando e apoiando assim uma mudança no pensamento político”. Puxando alguns exemplos internacionais de cidades que assumiram estes compromissos de forma evidente e com investimentos financeiros avultados, Bruno Machado questionou se o município de Braga estaria comprometido em assumir tais metas.
Foi ainda mais longe, considerando que “as medidas básicas estão por concretizar”. “Não há rede, não há bicicletas partilhadas. A adesão a esta rede tem impacto? Como é que a CMB assume a prioridade de colocar a bicicleta como o centro?”, atirou.
Em Portugal, Lisboa é atualmente a única cidade a integrar a rede.
Também o Partido Socialista questiona o retorno desta adesão. José Litra referiu que “o município tem tendência a aderir a redes, mas deve perceber as ações concretas e avaliar os custos e os reais benefícios para garantir a eficácia dos investimentos”. “A adesão a esta rede deve colocar Braga como cidade comprometida e aprender com regiões verdadeiramente líderes. Porque aderir a uma rede não é apenas assinar formulários”, disse, acrescentando que “o Município é campeão na adesão a redes internacionais mas não conhecemos as vantagens”. Nesta medida, os socialistas acabaram por sugerir que município faça um relatório para o perceber impacto. “São atos de autopromoção e não acrescentam valor. Servem de mote para viagens do seu presidente, quando são necessárias medidas concretas”, finalizou.
Já o BE, mesmo votando favoravelmente, insistiu, uma vez mais, na importância de não usar termos em inglês com o deputado António Lima a alertar que se trata de “um contributo para o empobrecimento da língua portuguesa”.
Pelo PSD e na defesa da integração a esta rede falou Miguel Pires para sinalizar os investimentos realizados ao longo dos anos pelo município em torno da promoção do uso da bicicleta na cidade, afiançando que essa aposta já tem permitido “aumentar o número de utilizadores de bicicleta em Braga”.
Sobre a rede, admite que “a adesão é uma oportunidade única para acesso e partilha de boas práticas, evitando erros comuns”
A proposta foi aprovado com 5 abstenções dos deputados da CDU e BE.