Apoios extraordinários à formação desportiva geram discórdia em Guimarães

Os ânimos aqueceram na reunião de Câmara de Guimarães, esta segunda-feira, entre Ricardo Araújo e Nelson Felgueiras. Em causa, a discórdia relativamente a apoios extraordinários à formação desportiva de três clubes do concelho. Em causa estão 10 mil euros para o Grupo Desportivo Unidos do Cano, cinco mil para a PAJEG – Associação Desportiva de Gondar – e 15 mil para o Guimarães Rugby Union Football Club.

Ricardo Araújo, vereador do PSD, criticou o facto de o executivo socialista estar a abrir exceções para apoios a clubes que não entregaram as candidaturas atempadamente, sem justificação.

“As propostas têm que ser submetidas até à data, salvo justificação, porque pode haver um motivo, a questão é que ficamos sem saber qual é o motivo”, frisou o social democrata.

O vereador do Desporto, Nélson Felgueiras, esclarece que em causa estão clubes sem capacidade humana para dar resposta a algumas questões burocráticas. Neste caso, há duas situações distintas.

O Grupo Desportivo Unidos do Cano e a PAJEG – Associação Desportiva de Gondar – “não tiveram oportunidade de submeter a candidatura no prazo por incapacidade de reunir a documentação necessária”.

“Foi entendimento da Câmara, tendo em conta a tipologia de apoio (à formação desportiva), considerando a dificuldade que representaria para os clubes por em prática a sua ação e tendo em conta o prejuízo que representaria para os atletas, considerar na mesma as candidaturas, aplicando os mesmos requisitos”, detalhou.

Já o Guimarães Rugby Union Football Club recebe um apoio, a título excecional, uma vez que seria “o único clube que teria o valor diminuído, comparativamente ao ano transato”.

Nelson Felgueiras explicou ainda que a autarquia teve em conta o facto de ser o único clube do concelho onde se pratica rugby e foi tida em conta a “a aposta estratégica na diversidade de oferta” desportiva em Guimarães.

Durante a reunião do executivo, Ricardo Araújo lembrou o relatório da auditoria interna, na sequência de suspeitas sobre a atribuição de subsídios na área do desporto, para acusar de Nélson Felgueiras de falta de transparência. O vereador do Desporto acusou o social democrata de estar a ultrapassar um limite que não admitia.

Depois, aos jornalistas, Ricardo Araújo esclareceu que não tem motivos para suspeitar de alguma ilegalidade na atribuição dos apoios hoje atribuídos. “Não tenho nenhuma suspeita. É uma questão de princípio. Se não, o que estamos a dizer aos clubes é que submeterem candidaturas dentro do prazo ou não é igual”, referiu. Para o social democrata, “pode efetivamente haver uma justificação, mas não foram dadas”.

O vereador do Desporto na Câmara de Guimarães entende que as exceções são justificáveis tendo em conta o tipo de apoios em causa. “Se se tratasse de outra tipologia de apoio, o nosso olhar poderia ser diferente. Considerando que se trata da formação desportiva, da possibilidade de termos crianças e jovens a praticar desporto em Guimarães, são exceções que se justificam e que se enquadram, porque a alternativa que teríamos era não apoiar estes clubes em concreto e entendemos que o desporto é importante em Guimarães”, reforçou o socialista.

A atribuição de subsídios extraordinários à formação desportiva gerou discussão na reunião de Câmara de Guimarães, esta segunda-feira. O ponto mereceu a abstenção dos quatro vereadores do PSD/CDS-PP.