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Política e cultura ‘dançam’ lado a lado no GUIdance
Arranca, esta quinta-feira, em Guimarães, o Festival Internacional de Dança Contemporânea. Entre os dias 1 e 10 de fevereiro, o GUIdance está divido entre espetáculos, conversas, debates, masterclasses, sessões de cinema e atividades que convidam o público a dançar, e tem como tema principal ‘A Humanidade Dança em Guimarães’.
Em 2024, o festival chega à sua 13ª edição e Rui Torrinha, diretor artístico do GUIdance, enaltece o facto de o evento se ter tornado num palco fundamental para os jovens talentos e um espaço para valorização dos artistas nacionais. “É o principal festival no inverno, em Portugal. É um festival que faz duas coisas: investir nos processos de criação com produções, como o ‘Bantu’, e é uma oportunidade de lançamento de jovens valores, que depois ingressam numa carreira internacional”, sublinha. Para o diretor, “o essencial de um festival é a experiência que permite aos artistas e ao público”.
Na primeira noite do evento, destaque para o espetáculo ‘Bantu’, que apresenta a influência de Moçambique na cultura portuguesa, e vem de uma designação de uma família de línguas faladas na África subsariana. Esta abertura, “lança a vibração da primeira semana”, destaca Rui Torrinha, que ressalta ainda que um dos participantes também estará presente nas atividades paralelas. “Portanto, o festival expande-se para lá do espetáculo. Depois seguimos nessa representatividade da afrodescendenciêa em Portugal e como esta se manifesta na dança”, afirma. “A segunda semana é mais virada para a Ásia”, salienta o diretor artístico.
O objetivo é trazer as experiências vividas em terras orientais para os palcos portugueses e “faz-se de um modo poético na sexta-feira, por exemplo, mas também político, na resolução dos conflitos”. No sabado, a apresentação ‘bulabulay mun?’, do grupo Tjimur Dance Theatre, traz uma visão sobre a batalha conhecida como o ‘Incidente Mudan de 1987’, que trata da incursão japonesa a povos indígenas taiwaneses, no sul de Taiwan.
Rui Torrinha destaca que estas apresentações são como “uma mensagem subliminar” que o festival deixa para debater, para tentar perceber como “a cultura poderá dar respostas para a saída deste problema”.
O diretor recorda que, este ano, o festival sai dos palcos e convida a população a dançar, em encontos espontâneos com o público. “Entendemos que o festival deve envolver cada vez mais a cidade”, acrescenta.
Para Rui Torrinha, os bailes são uma forma de aproximar o público da dança numa experiência pessoal única.
“A dança deve ser uma linguagem universal. Para nós, é extremamente importante haver esses espaços de relação expontâneas com o festival, que é algo que nós temos vindo a desenvolver e vamos manter”, garante. Juntam-se aos bailes, que terão lugar esta quinta-feira e no dia 8 de fevereiro, as atividades paralelas, como masterclasses, conversas pós-espetáculos, debates, oficinas e sessões de cinema, com filmes temáticos.
A programação completa e os ingressos podem ser encontrados aqui.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf
Editado por Liliana Oliveira