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Guimarães prepara lançamento de ULS do Alto Ave
A 1 de janeiro de 2024 entrarão em funcionamento várias Unidades Locais de Saúde no país, entre elas a do Alto Ave, cuja preparação do documento que implica uma reforma do sistema atual ainda se encontra a decorrer, e prevendo-se desde já dificuldades no arranque.
Entretanto, esta quinta-feira, o presidente da autarquia, Domingos Bragança, convidou o presidente do Conselho de Administração do Hospital Senhora da Oliveira para a sessão de reunião de câmara, com o objetivo de colocar a vereação a par do que está a ser feito e do que se pretende com este novo modelo que vai trazer mudanças ao sistema. Henrique Capelas, da unidade hospitalar não tem dúvidas que a ULS é um modelo que vai trazer benefícios, privilegiando o cidadão, com o foco nos cuidados de saúde primários, com uma “integração” de serviços e uma “maior interligação entre os profissionais”, deixando de “existir uma visão hospitalocêntrica”.
Referindo-se ainda a um modelo centrado na saúde, “ao contrário do que temos que se foca na doença”, Henrique Capelas criticou o atual sistema “baseado na produção de atos médicos”, em que os hospitais são financiados por aquilo que produzem. “Gabamo-nos de fazer mais não sei quantas cirurgias, quando o que devia ser um orgulho era fazer menos operações, sinal de que a população estava com saúde”, ironizou.
O gestor do hospital vimaranense disse ser um admirador confesso desta reforma em curso, lembrando que Portugal só gasta 1,8% do orçamento da Saúde em medicina preventiva e que há países europeus em que essa despesa chega aos 10 a 15%. “Mas, a medicina preventiva, que é barata, tem fortíssimos inimigos. A nível europeu, o mercado do medicamento vale 600 mil milhões de euros”, aponta.
As explicações foram escutadas atentamente pelos responsáveis autárquicos. Do lado da oposição, Ricardo Araújo, vereador do PSD notou que o importante é melhorar a resposta aos utentes e informá-los sobre esta nova reforma. “O essencial é gestão de recursos públicos com a maior eficiência possível para assegurar um bom serviço de saúde aos vimaranenses. Temos de continuar a acompanhar de perto este projeto e a sua implementação”, argumentou, aplaudindo a sessão de apresentação a que assistiu.
Já a vice-presidente socialista, Adelina Paula Pinto, não tem dúvidas que a implementação da Unidade Local de Saúde, congregando os serviços públicos de saúde prestados no Alto Ave, vai ser benéfica para a comunidade, mas reconheceu algumas dificuldades iniciais que possam surgir pela carga de trabalho associada a esta transformação e o tempo que falta até janeiro de 2024. A responsável assume também que é preciso intensificar a informação junto dos utentes. “Em janeiro a ARS desaparece e todos os serviços serão prestados pela ULS, portanto, acho que é um tempo muito curto e concordo que este é um processo crescente”, disse. “Vamos assistir a duas unidades muito fortes e com formas de trabalhar muito diferenciadas e é um processo que vai ser lento e para o qual o município está absolutamente disponível. É uma mais-valia para os nossos munícipes e para a salvaguarda da sua saúde e bem-estar”, acrescentou.