Copyright © – RUM
Todos os direitos reservados.
Designed and developed by Gen Design Studio
Pedro Soares representa moção que quer “redefinir orientação política do Bloco”
Pedro Soares defende um Bloco de Esquerda “mais plural e democrático”. O antigo deputado, eleito pelo círculo de Braga, é um dos representantes da moção E, ‘Um Bloco plural para uma alternativa de Esquerda – um desafio que podemos vencer’, a ser levada à Convenção Nacional, marcada para 27 e 28 de maio, em Lisboa.
Pela frente terá a oposição de Mariana Mortágua, que segue uma linha de continuidade em relação à atual coordenadora, Catarina Martins. Em declarações à RUM, o bloquista estranha o facto de a moção A “não ter uma única linha sobre o balanço do ciclo eleitoral que conduziu o partido a várias derrotas”, entre presidenciais, legislativas e autárquicas.
“Como é possível corrigir erros, definir ou redefinir orientação política se não começamos, desde logo, por fazer um balanço das coisas boas e das coisas más? Acho que isso [não fazê-lo] é uma atitude de desonestidade intelectual e política”, lamenta.
Olhando para os motivos que levaram a resultados negativos nos últimos sufrágios, Pedro Soares dá o exemplo das legislativas de 2022. No seu entender, “muitos setores não percebem por que razão o Bloco teve uma atitude crítica, que contribuiu para a queda do governo do Partido Socialista, e depois fez uma campanha eleitoral a dizer que queria um novo acordo com o Partido Socialista”. Acrescenta que se tratam de “sinais contraditórios”, classificando como “um erro de orientação política”.
Com o objetivo de “descontinuar a perda de influência política do Bloco”, Pedro Soares defende “mais dinâmica popular” e “maior ligação com os movimentos laborais e ambientais”. “Isso não é compatível com uma força que cada vez mais se institucionalizou, que concentrou a sua iniciativa política apenas no parlamento, que desvaloriza a participação nas autarquias”, refere, salientando ainda “a cada vez maior inatividade das concelhias e das distritais”.
Pedro Soares surge como representante da moção, mas isso não significa necessariamente que encabece a lista à direção. Neste momento, “ainda não está decidido” o número um da candidatura, que, à partida, sairá “dentro da própria convenção”. O bloquista torce o nariz à figura de coordenador(a), até porque “não existe nos estatutos nem no regulamento”, e defende a recuperação do “sistema de porta-vozes”.